ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
03-12-2008.
Aos três dias do mês de dezembro do ano de dois mil
e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Raul,
Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Mauro
Pinheiro, Professor Garcia e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum,
o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Maristela
Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila,
Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foi encaminhado,
pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Resolução nº 038/08 (Processo nº
4264/08). Também, foi apregoado o Ofício nº 976/08, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 019/08 (Processo nº 6703/08). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 4603 e 4632/08, do Senhor Roberto Maciel
Zeni, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal – CEF –; nº
10576/08, do Senhor Eduardo Coutinho Guerra, Secretário-Adjunto do Tesouro
Nacional do Ministério da Fazenda; nº 12298/08, da Senhora Inês da Silva
Magalhães, Secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades. Durante
a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Vigésima Oitava, Vigésima Nona,
Trigésima, Trigésima Primeira e Trigésima Segunda Sessões Solenes. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Carlos Todeschini questionou o
Prefeito José Fogaça por não ter recebido a Bancada do Partido dos Trabalhadores
desta Casa para tratar de questões relativas ao Projeto de Lei do Pontal do
Estaleiro. Também, registrou que o PT protocolou Substitutivos aos Projetos dos
Estádios do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e do Sport Club Internacional.
Finalizando, defendeu a aprovação de Emenda ao Orçamento Municipal, em prol da
comunidade do Beco Dona Lurdes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João
Antonio Dib afirmou que, nesse período de final de ano, é normal que a agenda
do Senhor Prefeito Municipal esteja lotada, o que explicaria o atraso na
audiência solicitada pela Bancada do PT. Ainda, discutiu Projetos constantes no
período de Pauta do dia de hoje, como a permuta de imóveis municipais, a
denominação conjunta de logradouros públicos e a abertura de créditos suplementares
para a Prefeitura. O Vereador Adeli Sell criticou o Executivo Municipal por não
enviar respostas a Pedidos de Providências e Pedidos de Informações de Vereadores,
alguns encaminhados no ano de dois mil e cinco. Também, questionou a gestão do
ser Luiz Afonso Senna, Secretário da Empresa Pública de Transporte e Circulação,
e, finalizando, solicitou providências urgentes quanto a áreas de risco em
razão de chuvas fortes ocorridas em Porto Alegre. O Vereador Dr. Goulart,
lembrando que, em dois mil e oito, fez trinta anos do primeiro nascimento de
uma criança por inseminação artificial no mundo, opinou que a questão do
controle da natalidade é tão importante quanto encontrar soluções para a
infertilidade conjugal. Nesse contexto, destacou o trabalho desenvolvido pela
Médica Ângela Badalotti, que criou um serviço de atendimento filantrópico a
casais que desejam, mas não podem ter filhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo
Governo, o Vereador Professor Garcia prestou esclarecimentos em relação à
situação de três servidores do Departamento Municipal de Água e Esgotos, que,
segundo denúncias apresentadas pelo Vereador Guilherme Barbosa, teriam sido
vítimas de assédio moral no trabalho. Ainda, leu trechos de relatório enviado
pelo Diretor-Geral desse órgão, Senhor Flávio Presser, que explica os fatos e
providências tomadas quanto ao assunto. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Airto Ferronato, eleito
Vereador de Porto Alegre, do Vereador Professor Adinho e do Diretor-Geral Liste
Prestes, da Câmara Municipal de Pelotas – RS. Também, o Senhor Presidente
registrou o recebimento, ontem, de Diploma conferido à Câmara Municipal de
Porto Alegre por ter se destacado entre as organizações participantes do
Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade – PGQP. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador José Ismael Heinen contraditou declarações do Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, relacionadas ao consumo e ao crescimento da economia no País.
Quanto ao tema, indagou a respeito do poder aquisitivo e da capacidade de
endividamento do povo brasileiro, protestando contra a alta carga tributária
cobrada pelo Governo Federal e argumentando que recursos públicos têm sido
destinados a entidades cuja necessidade não é prioritária. Após, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às quatorze horas e quarenta
e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de
quórum. Em prosseguimento, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca
da ordem dos trabalhos da presente Sessão e da Sessão Ordinária de amanhã. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº
050/08, juntamente com as Emendas nos 22, com Subemenda nº 01; 25, com Subemenda nº 01; 35, com Subemenda nº
01; 36, com Subemenda nº 01; 37, com Subemenda nº 01; 41, com Subemenda nº 01;
42, com Subemenda nº 01; 44, com Subemenda nº 01; 48, com Subemenda nº 01; 50,
com Subemenda nº 01; 51, com Subemenda nº 01; 57, com Subemenda nº 01; 60, com
Subemenda nº 01; 62, com Subemenda nº 01; 68, com Subemenda nº 01; 70 e 71,
todas com Parecer da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL
pela aprovação, com ressalva das Emendas destacadas, por vinte e quatro votos
SIM e sete votos NÃO, após serem discutidos pelos Vereadores Adeli Sell, João Antonio
Dib, Sofia Cavedon, Carlos Todeschini, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Luiz Braz e
Professor Garcia e encaminhados à votação pelos Vereadores João Antonio Dib,
Adeli Sell, Professor Garcia, Maristela Maffei, Luiz Braz, João Bosco Vaz e
José Ismael Heinen, em votação nominal solicitada pelo Vereador Adeli Sell, tendo
votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia
e Valdir Caetano e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos
Todeschini, Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris e Mauro Pinheiro e a Vereadora
Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 050/08,
os Vereadores Guilherme Barbosa, Margarete Moraes, Mauro Pinheiro e Almerindo
Filho cederam seus tempo de discussão, respectivamente, aos Vereadores Adeli
Sell, Sofia Cavedon, Carlos Todeschini e Alceu Brasinha. Na ocasião, o Vereador
Carlos Todeschini e a Vereadora Sofia Cavedon formularam Requerimentos verbais,
solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Alceu
Brasinha, durante a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 050/08. Também,
o Vereador Alceu Brasinha formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada
de termos constantes no pronunciamento do Vereador Carlos Todeschini, durante a
discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 050/08. Ainda, o Senhor Presidente
registrou as presenças, neste Plenário, da Senhora Gisele de Souza Borges e do
Senhor João Pancinha. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou todos para
a solenidade de lançamento do livro “História do Bairro Cascata”, de autoria do
Padre Antonio Domingos Lorenzatto, a ser realizada a seguir, no saguão em
frente ao Plenário Otávio Rocha. Às dezesseis horas e trinta e cinco minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete
horas e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Às dezessete horas e
seis minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Sebastião Melo e Claudio Sebenelo e secretariados pelo Vereador Ervino Besson.
Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Esta Sessão
de quarta-feira entrará na Ordem do Dia quase que de imediato. Nós temos para
hoje a discussão do Orçamento 2009.
O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
público presente, aqueles que nos acompanham pela TVCâmara, recebam a nossa
saudação.
Em
primeiro lugar, eu queria fazer aqui uma manifestação dirigida ao Líder do
Governo, Ver. Professor Garcia. A nossa Líder, na semana passada, solicitou uma
audiência com o Prefeito, em nome da Bancada do PT, uma audiência para a
Bancada do PT, porque queremos manifestar um pedido ao Prefeito em relação à
questão do Pontal do Estaleiro e, infelizmente, Ver. Professor Garcia, até o
momento não tivemos retorno, e não tem sido essa a tradição do Prefeito, de não
atender os Vereadores. Nós entramos em contato, formalizamos o pedido, fizemos
de todas as formas, então estou cobrando da Liderança do Governo, Ver.
Professor Garcia, um retorno do Prefeito, porque a Bancada deseja sentar com o
Prefeito, manifestar a sua posição e realizar um pedido. Estamos aguardando a
resposta do Sr. Prefeito.
Ontem
tivemos uma reunião do Fórum de Entidades, que se reuniu com a nossa Bancada,
fizemos uma discussão e socializamos o teor dos projetos substitutivos que
protocolamos, relacionados ao Grêmio e ao Internacional. Sabemos que esse é um
tema candente, é um tema importante, é um tema que vai estar em debate nesta
Casa, mas a pauta desse assunto é de interesse, antes de tudo, da cidade de
Porto Alegre. Portando a discussão deverá se dar em torno dos Substitutivos que
nós protocolamos aqui. Vamos, evidentemente, apresentar dessa forma a nossa
contribuição para a cidade de Porto Alegre, garantindo os empreendimentos, mas,
de outro lado, permitindo que a Cidade tenha a garantia da manutenção da
qualidade vida, da manutenção das regras que preservam o interesse de todos na
Cidade. Por isso apresentamos os dois Substitutivos, que tratam das regras para
as questões urbanísticas desses empreendimentos.
Por
último, Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, que demonstrou muita
sensibilidade, nós temos aqui a comunidade do Beco Dona Lurdes. Hoje está em
Pauta a Emenda nº 12, que objetiva atender a demanda desta comunidade. Em
conjunto - a CEDECONDH, com o nosso Presidente, Ver. Guilherme Barbosa; e o
senhor, como Presidente da Câmara - tivemos uma audiência, em que a juíza foi
sensível e reabriu a agenda para tratar da busca de uma solução para evitar o
despejo destas famílias. O processo todo é dramático, se a gente for historiar,
mas não vamos fazê-lo aqui. O importante é que aprovemos a Emenda desta
comunidade, Presidente, para que eles possam ter um instrumento de garantia
para apresentar à juíza, que possam assim ter um encaminhamento e um desfecho
para o drama que vivem hoje em relação ao risco iminente de despejo daquela
comunidade.
Essa
é a nossa manifestação, esperamos que pelo menos a Emenda nº 12, que está
destacada, seja aprovada. Obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a
fala do Ver. Todeschini me fez lembrar dos 16 anos petistas. Não é só com o
Prefeito; há vezes que pedi audiências para Secretários e não consegui. Agora,
no último mês do ano, a respeitável Verª Margarete Moraes, a querida Verª
Margarete Moraes, pediu uma audiência para sua Bancada, mas o Prefeito ainda
não marcou. No fim do ano, sabemos que os compromissos de todos são muito
grandes. Até nós, Vereadores, que não somos prefeitos, temos muitas coisas que
não conseguimos resolver.
Sei
que hoje não haverá Pauta, mas quero falar um pouco sobre a Pauta no dia de
hoje. O Executivo está mandando para cá um Projeto de Lei para permuta de
terrenos, por meio do qual ele vai receber, na Vila Nova, dezenas de milhares
de metros quadrados de área. Isso pode resolver o problema das pessoas que
estão aqui. Também o Executivo manda um Projeto de suplementação no valor de 38
milhões de reais, em números redondos. Não tenho restrições a que se faça
suplementação, e, até 31 de outubro, a Prefeitura tinha superávit primário na
ordem de 63 milhões. Portanto, ela está fazendo a conta de excesso de
arrecadação, mas eu vou gostar que me expliquem por que deve ser aumentado o
capital da EPTC - essa eu não consegui entender - em 15 milhões dos 38 milhões
de reais.
Preciso fazer um elogio ao Ver. Aldacir Oliboni.
Ele faz um Projeto de Lei em que, mais uma vez, num mesmo Projeto de Lei,
denomina diversas ruas. Acho que, se todos os Vereadores fizessem a mesma
coisa, seria muito interessante; acho também que o Executivo poderia mandar
para cá um Projeto de Lei denominando uma centena ou mais de logradouros a cada
vez, para que tivéssemos todas as ruas com denominações, mas, sobretudo, depois
de identificadas, que colocasse as placas de identificação. Portanto, fica aqui
o registro.
Acho
que o Prefeito ainda não marcou a audiência solicitada em razão dos problemas de fim de
ano. Ao mesmo tempo, quero que seja esclarecido o porquê dos 15 milhões de
aumento de capital da EPTC. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a
presença do Vereador, ex-Presidente desta Casa, Airto Ferronato, que está com
um semblante mais jovial.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas
Vereadoras, Vereadores, senhoras e senhores que acompanham esta Sessão, a minha
Bancada quer saber e pergunta à Liderança do Governo: quando chegarão as
respostas para alguns Pedidos de Providências feitos em 2005, outros em 2006,
outros em 2007, para não falar dos Pedidos de Providências deste ano, de 2008?
Nós não recebemos qualquer retorno do Governo. Sempre tivemos muita paciência em relação aos membros do
Governo e sempre achamos que nós, como Vereadores, fiscais da coisa pública,
temos como primeiro elemento fundamental do mandato de Vereador fiscalizar o
Executivo. Queremos retorno aos nossos Pedidos de Providências e Pedidos de
Informações também.
E
digo mais: particularmente, não temos tido retorno da EPTC, ou, quando temos
retorno, verifiquei, meu caro Ver. Ferronato, que a resposta que me é dada a um
Pedido de Providências sobre ônibus lotados e atrasados na Zona Norte tem a
mesma resposta do que o meu Pedido de Providências do Lami na Zona Sul. Achei
que era só uma sacanagem comigo, mas fui verificar os Pedidos de Providências
inclusive de Vereadores da situação e pude verificar que a EPTC tem uma
resposta padrão, seja no norte, sul, leste ou oeste, seja de situação ou de
oposição.
O
Secretário Senna só sabe assinar uma coisa, uma resposta padrão: “Temos
verificado a sua situação, e não há problemas maiores”, coisas do tipo - se não
são essas palavras, são parecidas. Isso é um escárnio; isso é uma falta de
respeito; isso é uma falta de consideração! Espero que a gente tenha que
agüentar essa situação não mais do que trinta dias, espero que no dia 1° de
janeiro, ou até antes, o Prefeito anuncie um outro Secretário Municipal da SMT
e um outro Presidente da EPTC. Eu sei que esse é o desejo não só da Bancada de
oposição, mas de muitos, se não da maioria dos Vereadores da situação.
Volto
a cobrar algumas outras questões que aqui já foram levantadas. O meu colega
Ver. Todeschini acabou de levantar um pedido que a nossa Líder, Verª Margarete
Moraes, fez na semana passada: uma audiência com o Sr. Prefeito Municipal para
discutirmos a questão da orla. Não obtivemos retorno. Eu espero que o Líder do
Governo já tenha ligado para o gabinete do Prefeito, que ele possa dar um
retorno a nós.
Também
quero levantar aqui algumas outras questões que estão sendo postergadas e
postergadas na Prefeitura de Porto Alegre. Dias atrás - eu não pude estar
presente, porque não foi a minha Comissão, deve ter sido a Comissão de Saúde e
Meio Ambiente, presidida pela Verª Neuza Canabarro - houve uma visita à Vila
dos Herdeiros para verificar a situação de um pontilhão que, no mês de maio,
foi levantado e levado embora com a água; várias casas foram destruídas. Se a
Prefeitura não tomar medidas concretas, imediatas em relação à represa lá do
Saint-Hilaire, do riacho que cruza ao lado da Vila dos Herdeiros, outras
tragédias vão acontecer. Então, faço essa cobrança. E faço essa cobrança também
porque há muitos lugares em Porto Alegre que se configuram áreas de risco, há
vários lugares. Como o Beco Chapéu do Sol, que sofreu um processo de
assoreamento, trancou absolutamente tudo na Estrada do Lami; várias casas foram
inundadas na última chuvarada. Nós não podemos esperar que tragédias venham a
acontecer. Nós, Vereadores, que sabemos desses locais, temos fotografado, temos
feito dossiês e enviado à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, nós queremos
retorno. Os Vereadores são fiscais da Prefeitura, merecem respeito e
consideração. Não ter retorno da EPTC não me admira nada; agora, que esse
costume péssimo não seja copiado por outras Secretarias! Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. GOULART: Sr.
Presidente desta Casa, muito querido Ver. Sebastião Melo; queridas Vereadoras,
queridos Vereadores e amigos que nos assistem, este ano o primeiro bebê de
proveta fez 20 anos - o primeiro bebezinho de proveta, que foi concebido fora
do corpo humano e depois colocado dentro do útero, em que se desenvolveu.
Chama-se Louise Brown, é uma menina. Isso foi no ano de 1978. Então, quando se
fala em direitos reprodutivos da mulher, quase todas as ONGs e os institutos
que defendem a mulher pensam logo em anticoncepção; pensam logo em ligadura de
trompa; pensam em pílula, em DIU, em implantes; pensam muito nisso e esquecem
que a verdadeira saúde reprodutiva humana tanto está em terminar ou controlar,
através da pílula anticoncepcional, o número de filhos que uma mulher e um
homem desejam ter, como também na possibilidade de dar filho para os casais que
não têm filhos, que querem ter filho. E vocês sabem que o SUS - Sistema Único
de Saúde - vai até um determinado ponto para conseguir que uma mulher venha a
gestar, venha a resolver o seu problema de infertilidade conjugal. Por que ele
vai só até um ponto? Porque dificilmente o SUS apresenta serviços de
fertilização in vitro, de reprodução humana fora do corpo, que depois
acontece, por inoculação, dentro do útero, e acontece dentro do corpo até a
hora do parto.
Nós
temos aqui um serviço belíssimo do Dr. Álvaro Petracco e da Drª Mariângela
Badalotti na Pontifícia Universidade Católica, onde se localizam os seus
consultórios, eles foram os primeiros a aplicar a técnica de bebês de proveta,
há anos, em Porto Alegre. Nós temos o Dr. Nilo Frantz, do Hospital Moinhos de
Vento, que também aplica a técnica de bebê de proveta - falo de proveta, que é
para o nosso público em geral entender. No SUS, só tem o serviço do Professor
Geraldo Passos, do Hospital de Clínicas, mas tem uma fila que dá três voltas na
quadra, e o serviço não consegue sozinho resolver o problema.
Agora,
a Drª Mariângela Badalotti resolveu fazer um serviço assistencial de maneira
filantrópica, gratuita, para as mulheres mais necessitadas que não têm filho e
que não conseguem tê-lo, a não ser pela técnica de bebê de proveta. Como não
terão dinheiro para pagar Nilo Frantz nem Álvaro Petracco - eles ajudam muito,
mas o serviço deles é privado e é caro, embora seja excelente -, como o Dr.
Geraldo Passos não tem mais como colocar pessoas na fila de espera, então,
formou-se o Instituto Assistireh, sob a direção da Drª Mariângela Badalotti, da
Pontifícia Universidade Católica, do serviço do Dr. Álvaro Petracco, que lá
estava, ontem, na inauguração.
Então,
passo à população em geral que as pessoas que precisam ter filho e não têm
dinheiro têm um novo caminho, um caminho assistencial, da Drª Mariângela
Badalotti. E nós, Vereadores, se pudermos, vamos ajudar. Pena que chegou um
pouco tarde, e as Emendas do Orçamento não poderão mais ser aplicadas neste ano
para essa instituição benemérita, beneficente, aquela que dá filhos para
mulheres pobres, mulheres que também têm o direito de ter filhos e que não
conseguem ter a não ser por um sistema de avanço da ciência muito caro,
inacessível ao SUS de rotina. Então, em nome da Bancada do Partido Trabalhista
Brasileiro, quero cumprimentar Álvaro Petracco e Mariângela Badalotti, a sua
equipe, por mais esse serviço social prestado à nossa população brasileira.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo
Governo.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, utilizo esta
tribuna para falar de alguns depoimentos feitos pelo Ver. Guilherme Barbosa.
Estou trazendo, hoje, o retorno do DMAE e da Secretaria de Administração. A
Secretária me disse que está enviando ao Ver. Sebastião Melo e também à Casa a
questão. Eu vou ler e depois lhe passo na íntegra, porque é longo.
Recebemos
um Relatório do Diretor-Geral do DMAE, Flávio Presser; não vou ler todo, por
causa da questão do tempo. Ele coloca, quanto ao primeiro caso, em relação ao
Sr. Otávio José Carvalho Duarte, que (Lê.): “Ele ingressou no DMAE em 03 de
setembro de 2007 no cargo de Agente de Serviços Externos na vaga reservada a
pessoas portadoras de necessidades especiais. O servidor foi lotado
inicialmente pela Divisão de Arrecadação, Setor de Leitura, para exercer as
funções de leiturista, razão pela qual o DMAE realizou o concurso”. Então,
queremos dizer que ele fez o concurso para leiturista.
Continuo:
“Ao final do quarto mês de trabalho, foi realizada a primeira avaliação de
desempenho do estágio probatório, na qual obteve uma baixa pontuação em quase
todos os itens de avaliação, ficando com nota inferior ao mínimo estabelecido
pelo Decreto nº 14.436, de 09 de janeiro de 2004. Passou, então, a exercer sua
função em outra equipe e com outro monitor, para que pudesse ser avaliado por
outra chefia. Na segunda avaliação, o servidor apresentou desempenho
satisfatório, mesmo que continuasse se sentindo insatisfeito com suas
atividades.
“Com
o ingresso de novos Agentes de Serviços Externos, foi proposta ao servidor a
possibilidade de trabalhar na Divisão de Instalações, Projeto Água Certa, o que
obteve a sua concordância. Passados dois meses, a chefia do Programa Água Certa
o colocou à disposição, alegando problemas de relacionamento dele com colegas e
chefias, além de ter enviado e-mail a outros servidores criticando o Programa
Água Certa, com expressões de baixo calão, fato que ele mesmo reconheceu, para
o próprio Vereador denunciante, como errado. Foi quando o servidor foi
transferido para o Setor de Corte de Água, o que também contou com a sua
concordância. [...] Tanto que recentemente, em conversa no meu gabinete, o
servidor manifestou o desejo de voltar a ter atividades no Setor de Leitura,
atividade que exige fisicamente muito mais do que o Setor de Corte; para lá
retornou e é onde atualmente exerce suas atividades”. Então, o Secretário
coloca essa situação e diz que nunca foi imposta ao servidor nenhuma atividade
que não fosse compatível com a sua função e a sua capacidade laboral, tendo em
vista o concurso que ele fez e para o qual passou.
“Em relação à servidora Adilcenara Rocha dos Santos: ela
ingressou no DMAE em 1985, no cargo de Serviçal; em 1988, passou a exercer o
cargo de Agente de Serviços Externos. Em 1993, foi instaurada uma sindicância
originada por denúncias contra a referida servidora, sendo-lhe imposta uma
suspensão de três dias. Após, teve limitação de tarefas, razão pela qual, em
1994, foi relotada nos Serviços Gerais, em que se encontra até hoje. No
transcorrer de sua vida funcional essa servidora sofreu suspensões em 1991 e em
1998. A denúncia do Vereador é de que a servidora perdeu a Gratificação de
Incentivo à Arrecadação - GIA - por ter participado da greve que aconteceu em
2007. [...]” Aqui foi colocado: “Com relação à Gratificação de Incentivo à
Arrecadação, seu pagamento foi suspenso, pois sua percepção se dava pelo fato
de sua atividade envolver a reprodução xerográfica de plantas hidrossanitárias.
Só que a servidora, ao longo de mais de dois anos de desempenho de suas
funções, não sabia realizar a medição de plantas, para posterior envio à empresa
copiadora”.
O último caso, o do Sr. Maineri:
ingressou no serviço municipal como operário em 16-09-1982 e, depois de
diversas advertências, foi demitido em 1983. Em 1991, ele retornou ao DMAE como
estatutário, no cargo de Operário Especializado, passando para instalador
hidrossanitário e, após, foi readaptado pelos Agentes de Serviços Externos. O
Diretor coloca que o servidor foi lotado no Setor de Leitura da Divisão de
Arrecadação em 1992, exerceu a função de monitor a partir de 1998. Depois de uma
discussão entre ele e o Chefe da Leitura, jogou no chão um aparelho celular de
propriedade do DMAE. Foi repreendido por esse ato, após passar por uma Comissão
de Inquérito Administrativo. Em maio de 2007, aderiu à greve, mesmo ocupando um
cargo de chefia e uma função de confiança. Como a greve era parcial e por força
do caráter de essencialidade do serviço prestado pelo DMAE, reconhecido
judicialmente, todos os servidores grevistas com cargo de chefia foram
substituídos.
O
Diretor-Geral faz uma série de exposições que, brevemente, no Grande
Expediente, vou ler, porque é muito longa. Mas o próprio Diretor coloca (Lê.):
“Isto fica claro no depoimento prestado pelo próprio servidor na reunião da
CEDECONDH, no dia 26 de fevereiro de 2008, quando afirma que aceitou sair do
Setor de Leitura para ir ao Setor de Caça-fraude, SCFI, porque lá passaria a
ganhar uma FG, horas-extras, 40% de insalubridade e GIA. Nesse caso está óbvio
que a denúncia de assédio visa apenas obter as vantagens salariais que
anteriormente recebia. Se por assédio moral podemos entender ‘como conduta
abusiva se manifestando, sobretudo, por comportamentos, palavras, atos, gestos
que possam trazer dano à personalidade e à dignidade’, conforme manifestação da
Drª Isabel Vasconcellos, Advogada do SIMPA, o que se poderia dizer do
abaixo-assinado dos funcionários da Seção de Fiscalização, seus colegas, que
ratificam terem sido ofendidos pelo servidor?” Ou seja, na própria sindicância
junto ao Sindicato da Prefeitura, com o abaixo-assinado, os próprios colegas se
dizem ofendidos.
Ver. Guilherme Garbosa, há outra explicação, mas queremos dizer o seguinte: o DMAE busca transparência, continua investigando suas denúncias e se prontifica, a qualquer momento, a vir à sua Comissão e prestar maiores esclarecimentos. Eu vou tirar um xerox e passo às suas mãos este documento. Espero ainda nesta semana, amanhã ou no início da próxima semana, lhe trazer aquele segundo caso da Secretaria da Administração, porque já fizemos contato com a Secretária, ela mesma ficou de encaminhar à Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente, agradeço a gentileza, porque passei alguns segundos do meu tempo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, encontra-se à minha esquerda o Ver. Professor Adinho, Vereador
reeleito de Pelotas; ele está na Casa em nome do futuro Presidente, junto com o
Diretor-Geral da Câmara de Vereadores de Pelotas, Sr. Liste Prestes. Eles já
estiveram previamente numa outra visita, buscando subsídios sobre a questão do
nosso Programa de Qualidade. Então, eu queria agradecer a presença e dizer que
o nosso Diretor-Geral vai dar toda a assistência aos senhores, todas as
informações necessárias.
Também comunico ao Plenário que ontem, numa Sessão
muito importante para a Casa, recebi, em nome de todos os Vereadores, um
Certificado, assinado pelo Dr. Jorge Gerdau Johannpeter e pelo Sr. Joal
Teitelbaum, cujo teor é o seguinte: “Qualidade/RS PGQP - Sistema de Avaliação,
Ciclo 2008 - Diploma: ‘Conferimos este diploma à Câmara Municipal de Porto Alegre
por ter se destacado entre as organizações participantes do Sistema de
Avaliação do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade, em todas as etapas,
merecendo distinção com mérito’”. Ou seja, atingimos mais de cem pontos na
pontuação do PGQP. Portanto, eu quero dividir a responsabilidade, nesta gestão,
com todos os Vereadores, especialmente com os funcionários, os Chefes de
Departamentos, Diretores da Casa, pois foram eles, na verdade, que conduziram esse processo junto com a
presidência. Muito obrigado aos senhores. (Palmas.)
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há coisas que
acontecem no nosso País que a gente não sabe como explicar. Nós temos, nestes
últimos dias, uma ordem a ser cumprida, que foi dada pelo nosso Presidente da
República - vou falar lá de cima, sim, Ver. Brasinha, porque isso tem muito a
ver conosco aqui -, para que nós, povo de Porto Alegre, povo do Estado do Rio Grande
do Sul, gastemos. Vamos gastar, gente, para salvar este País...! Mas gastar o
quê? Gastar o que, se 14% daqueles que compraram automóveis em 70 prestações já
estão inadimplentes e estão devolvendo o seu carrinho?! Estão sendo feitas
enquetes para ver se hoje... Neste mundo globalizado que estamos, no mundo
todo, só no Brasil o Presidente pede que gastemos. Gastar é bom, eu também
gosto! Mas gastar como, se o salário é o mesmo, se o desemprego está à vista,
se o aposentado está sendo dilapidado ano após ano no seu salário? Então, é
fácil, Presidente, o povo pode gastar, sim, mas não precisa dar bilhões e mais
bilhões aos bancos, não! Dê a recuperação, aquilo que é devido aos aposentados.
O
Senador Paim todos os anos apresenta, elege-se, reelege-se para nada! Eu acho
que ele deve ter algum sentimento de ainda estar no Partido dos Trabalhadores,
porque ele quer, quer, quer as coisas, e o Presidente diz: “Não, não, não vou
dar para os aposentados”. Aqueles aposentados que há pouco tempo se aposentaram
com dez salários mínimos hoje estão recendo em torno de três, mas logo, logo, a
continuar assim, vão chegar perto de um salário. E ele quer que aumente a
gastança, e sabem por quê? Porque um sapato que a gente compre, um telefone
celular que a gente compre, de cada 100 reais, 40 reais são do Governo Lula. Há
presentes de Natal - está aqui no jornal de hoje - que deixam 78% para o
Governo Lula.
Agora,
é fácil fazer com que o povo gaste, com que aumente essa receita, para que
continue essa receita...! Dê para o aposentado gastar dignamente; faça com que
a alíquota do Imposto de Renda seja menor para ver se esse povo não vai
continuar gastando, como aconteceu com a CPMF! Tirou-se a CPMF, aumentou o
consumo, aumentaram os impostos. Está mostrando como deve ser feito, e isso nos
atinge aqui também, porque somos brasileiros, gaúchos, porto-alegrenses e
sofremos com isso também. Os bancos podem se comprometer, mas eu tenho a
certeza de que, se nós não pagarmos a nossa água no final do mês, a luz no
final do mês, eles cortam! Agora, a dívida dos banqueiros eles não cortam, não;
eles vão rolando e rolando.
Ultimamente, o que também nos deixa estupefatos,
Sr. Presidente, são ONGs - Organizações Não-Governamentais. Há uma CPI que está
sendo bloqueada, sendo blindada do jeito que pode; é uma novidade agora: ONGs
de Partidos políticos deste País. Nada contra, de repente; o pior é que essas
ONGs de Partidos políticos recebem destinação de verba pública. Eu já sabia
disso, mas nunca tive certeza! Agora está escrito aqui no jornal: 400 mil para
uma ONG de Partido Político! É a “pilantropia”! Quer dizer, estamos dando
canetaço para favorecer aquilo que há muito tempo está acontecendo neste País,
e o “povinho” sofrendo.
A única poupança que temos neste País, e que no
passado foi muito criticada, é o Fundo de Garantia dos trabalhadores, que hoje
está sendo usado para salvar Santa Catarina, para salvar investimentos da casa
própria às custas do poder dos juros desse Fundo, que é dos trabalhadores, que
é o menor juro que é pago talvez no mundo, mas principalmente aqui no País. O
Governo paga 14% para a poupança e, para o Fundo de Garantia, paga 3%.
E assim nós vamos - tudo às custas do povo.
Petrobrás: nós pagamos a gasolina mais cara do mundo. Há bilhões e bilhões de
lucros, e de repente faz um empréstimo emergencial na Caixa Econômica Federal
para continuar, Ver. Zacher, a promover patrocínios para o Santos, para o
Corinthians, para clubes de futebol! Ela tem que tirar empréstimo da Caixa para
poder manter esses patrocínios caros, que o povo paga às custas da gasolina
cara e dos impostos deste País. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, passamos à
Eu suspendo a Sessão por um minuto e convido os
senhores e senhoras Líderes para virem até a Mesa, para que possamos detalhar a
votação do Orçamento.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h42min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - às 14h45min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão.
Quero socializar a decisão coletiva dos Srs.
Líderes para facilitar o trabalho de cada um dos Srs. Vereadores. Nós vamos
entrar em discussão do corpo do Projeto do Orçamento. E, se por acaso nós não
conseguirmos enfrentar todas as Emendas do Projeto, que foram devidamente
destacadas, amanhã entraremos direto na Ordem do Dia para complementar a
votação. Correto? Devidamente informados? Agradeço a contribuição dos Líderes.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 5938/08 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 050/08, que estima a
Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
econômico-financeiro de 2009. Com Emendas nos 01 a 71 e
Subemendas nº 01 às Emendas nos 22, 25, 29, 35, 36, 37, 41, 42, 44,
48, 50, 51, 57, 60 e 68.
Pareceres:
- da CEFOR. Relator Ver. Luiz
Braz:
a)
pela aprovação do Projeto de Lei do Executivo nº 050/08.
b)
pela aprovação das Emendas nos: 22, com Subemenda nº 01; 25 com
Subemenda nº 01; 29, com Subemenda nº 01; 30; 35 com Subemenda nº 01; 36, com
Subemenda nº 01; 37, com Subemenda nº 01; 41, com Subemenda nº 01; 42, com
Subemenda nº 01; 44, com Subemenda nº 01; 48, com Subemenda nº 01; 50, com
Subemenda nº 01; 51, com Subemenda nº 01; 57, com Subemenda nº 01; 60, com
Subemenda nº 01; 62; 65; 68, com Subemenda nº 01; 70 e 71 de Relator.
c)
pela rejeição das Emendas nos: 01 a 21, 23, 24, 26, 27, 28, 31 a 34,
38, 39, 40, 43, 45, 46, 47, 49, 52 a 56, 58, 59, 61, 63, 64, 66, 67 e 69.
Observações:
- para aprovação, maioria simples de
votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores - Art. 53, “caput”, c/c Art.
82, “caput”, da LOM.
- o Projeto será votado com as Emendas
com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- para a votação em separado de Emenda
com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento subscrito
por um terço dos membros da Casa – Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- após a aprovação de Parecer na CEFOR e
durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art. 120, § 1º, do
Regimento);
-
incluído na Ordem do Dia em 26-11-08.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão
o PLE nº 050/08. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o
PLE nº 050/08.
O SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, a Peça
Orçamentária é de responsabilidade básica, primordial, do Executivo Municipal.
O Executivo, o Prefeito e seus Secretários respondem pelo Orçamento. Nós,
Vereadores, podemos emendar. Eu optei, Ver. Carlos Todeschini, por não fazer
emendas, mas nem por isso deixarei de fiscalizar; tenho fiscalizado,
permanentemente, o Orçamento da Prefeitura de Porto Alegre. Por exemplo, as
pessoas têm que saber, o povo tem que saber - é um direito do povo - que esta
Prefeitura gastou 9 milhões e 42 mil reais em publicidade! E, quando precisa
fazer uma remoção, dar uma casinha não permanente, transitória, tem
dificuldades, não tem dinheiro, mas gasta 9 milhões e 42 mil reais em
publicidade.
Tem mais, vou mostrar outras coisas aqui. A
Prefeitura fez uma grande propaganda no Orçamento passado, o Prefeito o fez em
campanha eleitoral, e está na LDO: Projeto Vizinhança Segura. As senhoras e os
senhores sabem quanto houve de execução orçamentária no item Vizinhança Segura?
Zero! Eu vou mais longe: a Procuradoria, que tem de cuidar da regularização
fundiária, por exemplo, terceiro ano consecutivo, gasta quanto? Zero! PIEC,
Projeto Sistema Drenagem, proteção contra as cheias... E vejam a catástrofe de
Santa Catarina! Não vamos
nos esquecer do mês de maio deste ano: o Ver. Todeschini, o Ver. Guilherme e eu
estivemos lá no Dab-Dab, na entrada da Cidade, as pessoas estavam com as casas
cheias d’água. Qual foi o gasto do DEP nesse ponto, Ver. Carlos Todeschini? Zero!
Porto
do Futuro, Plano Diretor, Drenagem Urbana, qual foi a gasto? Zero! No Programa
Socioambiental, projeto contra as cheias, Sistema Cavalhada, qual foi o gasto,
Ver. Líder do Governo? Vossa Excelência já sabe: zero! É uma vergonha para um
Governo que fica alardeando que Porto Alegre não tem mais cheias. Não há mais
cheias onde há o Conduto Forçado Álvaro Chaves, mas o povo pobre da periferia
fica no meio do alagamento. Eu mencionei antes aqui a enchente de maio, com a
chuvarada, na Vila dos Herdeiros, seis casas foram destruídas. Qual é a
relação? Onde está, no Orçamento, a questão do arroio Feijó? Nada,
absolutamente nada! E houve inundação. Vou mais longe: Beco Chapéu do Sol, Zona
Sul - aqui tinha dinheiro -, Programa Socioambiental, proteção contra as
cheias, e não foi gasto nada, absolutamente nada!
Então,
com relação ao Orçamento que nos foi apresentado, eu votei na Comissão com
restrições, eu coloquei o meu voto com restrições, porque há muitos itens que
somam cifras em dinheiro. No ano que vem eu estarei aqui, vou voltar a falar e
vou mostrar a mesma coisa que eu fiz neste ano: execução zero! Não nos enganem,
por favor. Por favor, não enganem o povo também. Eu estou aqui para fiscalizar,
eu sou Vereador da Cidade, eu cumpro com o meu dever, com a minha presença e a
minha militância cotidiana nesta Cidade. E eu quero perguntar: aprovarão o
Orçamento? Aprovarão! Mas eu vou dizer que o fiscalizarei durante os 365 dias
do ano de 2009. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 050/08.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Orçamento é um
momento importante da Câmara Municipal, talvez seja o mais importante a cada
ano, com exceção do Plano Diretor, que também tem extraordinária importância. A
nós, Vereadores, cabe aprovar ou rejeitar o Orçamento; não nos cabe fazer
Emendas. Nós precisamos, sim, fazer o controle rigoroso da execução
orçamentária.
Eu
vejo, este ano, uma Proposta totalizando 3 bilhões, 247 milhões e 856 mil
reais, que é um pouco maior - 400 milhões de reais a mais, um pouco mais de dez
por cento - da do ano de 2008, que foi de 2 bilhões, 820 milhões, 570 mil e 201
reais. Mas o que me faz ficar tranqüilo é que, na execução orçamentária de
2007, dentro dos programas estabelecidos pela Prefeitura Municipal, está sendo
gasto exatamente aquilo que deveria ser. Foram empenhados, nos dez primeiros
meses, 2 bilhões, 286 milhões, 830 mil e 205 reais, e houve uma arrecadação de
2 bilhões, 349 milhões, 951 mil e 10 reais. Portanto, nos dez primeiros meses,
houve um superávit primário de 63 milhões de reais. Hoje o Prefeito está, num
Projeto de Lei, pedindo suplementação, mas ele ainda tem recursos.
Agora,
eu olho o DMAE, por exemplo, na Proposta Orçamentária, que está propondo, para
o ano de 2009, uma receita de 397 milhões - não acredito que ele consiga
realizar isso, porque nos dois últimos anos ele não consegue realizar a receita
prevista. Este ano, para que pudesse chegar a arrecadar a previsão, ele teria
que, durante dois meses - novembro e dezembro -, arrecadar 50 milhões de reais
por mês, e ele arrecada 26, 27 milhões, vai arrecadar, talvez, um pouco mais de
50 milhões nos dois meses. As demais rubricas estão tranqüilas, estão no
crescimento previsto. Gostaria que a arrecadação do ISSQN fosse maior, porque
passa de 353 milhões para 397 milhões. Nós estabelecemos um prêmio para a
Fazenda quando houvesse melhoria na receita, e a grande receita da Fazenda, que
pode ser melhor fiscalizada, é exatamente o ISSQN, que este ano está sendo
arrecadado dentro da previsão. Então, acho que poderia haver um esforço maior,
parece-me que, com as alterações hoje apresentadas pela Secretaria da Fazenda,
nós temos condições de arrecadar mais ISSQN sem aumentar as alíquotas.
A
arrecadação do IPTU está dentro das previsões, tranqüilamente vai superar o
previsto para este ano, de 216 milhões; propõe-se a arrecadar 243 milhões, e
vai arrecadar tranqüilamente. Não vejo, então, nenhuma preocupação maior. O
ICMS, que poderia ser uma preocupação, este ano está além da perspectiva de 393
milhões, vai superar em boa margem. Está apenas acrescentando mais 60 milhões,
e eu acho que, apesar da crise, o Rio Grande vai conseguir arrecadar mais ICMS,
e a Prefeitura, portanto, poderá receber a sua previsão de 427 milhões de
reais.
Então,
o que nos cabe é aprovar o Orçamento, não enchê-lo de emendas, porque o
Prefeito não é obrigado a executar as emendas apresentadas, cabe-nos fiscalizar
com todo o rigorismo a execução orçamentária. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 050/08.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, a discussão do Orçamento deveria ser mais
publicizada à população na instância Câmara de Vereadores. Na Audiência Pública
sempre há uma ou duas pessoas, não sei como foi este ano, Ver. Dib, na
discussão proposta pela CEFOR.
O
Orçamento bem analisado é uma pérola. Dois ou três Vereadores da nossa Bancada
propuseram emendas, mas já estamos desestimulados; eu, por exemplo, não propus,
porque as boas, significativas e importantes Emendas, Ver. Braz, que eu propus
na LDO foram todas destacadas e rejeitadas em Plenário, e eram Emendas
fundamentais.
Está
aí a crise do PSF, e nós, nesta semana, recebemos os agentes comunitários de
Saúde. O Ver. Oliboni sabe bem - os Vereadores Todeschini, Marcelo e Comassetto
também acompanharam - do drama que os agentes estão vivendo, pois o Projeto
ficou parado nas mãos do Governo o ano inteiro. Nós propusemos esse debate na
Lei de Diretrizes Orçamentárias, indicando a regulamentação do Programa Saúde
Família. Esta Câmara de Vereadores não teve sensibilidade, e sabemos que,
quando isso ocorre, no caso dessa composição, é porque o Governo tem uma
orientação política diferenciada. Então, não há aqui previsão de regulamentação
do Programa Saúde Família, e a precariedade dessa situação, Ver. Dr. Raul, deve
continuar.
Nós
propusemos outras diretrizes orçamentárias como a compra direta de produtos
hortifrutigranjeiros; como a inclusão das creches no Fundeb; como a
operacionalização do inventário dos bens culturais; como a ampliação da
Educação Infantil, mas nada foi acolhido. Eu falo para a população saber,
porque tem que saber que elegeu um Prefeito com maioria na Câmara, e essa
maioria tem - sem muita reflexão e com pouca possibilidade de a Cidade
interferir - aprovado as diretrizes encaminhadas pelo Governo.
Então,
algumas questões chamam atenção neste Orçamento. Se analisarmos a receita, ela
está superestimada. E, analisando o gasto com o pessoal, não há reajuste sequer
para dar conta ao crescimento da Folha, que dirá para as necessárias novas
nomeações, que já foram feitas, como é o caso dos professores. Nós teremos duas
escolas novas abrindo no próximo ano, e não houve concurso - o Ver. Garcia,
Líder do Governo, sabe disso, porque acompanhou o andamento das duas escolas.
Ou seja, não há edital de publicação do concurso, nós chegaremos em março com
uma enorme falta de professores; com a incidência da aposentadoria de mais
professores, porque foi vitoriosa, constitucionalmente, a concessão da
aposentadoria para quem está na área pedagógica em escola após 25 anos de
exercício na profissão. Necessariamente, nós teremos que nomear professores.
Isso não acontecerá em março - o início do ano letivo será complicado -, e sim
em maio ou junho, quando o concurso tiver sido homologado.
Temos
que nomear a Guarda Municipal, e agora eu vou falar de duas funções. Nós
sabemos que a Guarda não tem concurso há um ano e meio, que a situação de
violência nas escolas está agravada, porque foi reduzido o número de guardas
nas escolas, e a gente tem uma projeção de gastos com pessoal que se mantém
como o atual, ou muda muito pouco. E mais: os municipários, por terem um
reajuste pelo IPCA, já receberam 5,8% a menos que a inflação medida pelo IGP-M.
Então, acredito que haverá mobilização dos municipários, tem que haver reajuste
para manter o poder de compra dos salários, e não há essa previsão.
Além
disso, nós temos 11 milhões, 782 mil reais previstos - quase 12 milhões - para
publicidade, Ver. Brasinha, os quais somados ao valor de 380 mil para
consultorias e auditorias resultam em 12 milhões, que é uma soma maior, Ver.
Dib, que o Orçamento de três Secretarias Municipais. A Secretaria de Turismo
tem um Orçamento de seis milhões; a Secretaria Municipal da Juventude tem
um Orçamento de quatro milhões; e a Secretaria Especial de Acessibilidade
e Inclusão Social tem um Orçamento de um milhão e um mil real. Ou seja,
gasta-se mais em publicidade do que com o Orçamento de três Secretarias, com
grandes demandas, como é o caso da Secretaria Especial de Acessibilidade e
Inclusão Social.
Nós
temos uma série de ruas, como, por exemplo, da Lomba do Pinheiro, com quatro
cadeirantes, para a qual há seis meses nós estamos solicitando, pelo menos, uma
recapagem mínima, a qual não acontece, mesmo tendo uma Secretaria de
Acessibilidade na cidade de Porto Alegre. E, comparado com o tempo da Administração
Popular, nós gastávamos entre cinco e seis milhões, atualizados. O Governo
Fogaça quer gastar 12 milhões em publicidade. Se compararmos com outros
projetos que têm só janelas, se compararmos o recurso previsto para
municipários e para investimentos, nós vamos ver que, de fato, o Orçamento tem
que ser muito melhor acompanhado por esta Casa e pela população de Porto
Alegre. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 050/08.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e aqueles que nos assistem: a Lei Orçamentária é
uma das leis mais importantes de qualquer Governo, seja ele Municipal, Estadual
ou Federal. E nós estamos tratando aqui neste momento da Lei Orçamentária
Anual, que vai planejar e discutir os gastos e os investimentos em obras,
serviços ou gastos com pessoal da Prefeitura de Porto Alegre para todo o ano de
2009. É uma Proposta que ultrapassa 3 bilhões e 200 milhões de reais; aliás, o
Orçamento de Porto Alegre tem crescido, e bastante, ao longo dos anos.
Mas
nós não podemos deixar de fazer as críticas que devem ser feitas, porque essa
lei também contém muitos equívocos, inclusive ela repete equívocos que
aconteceram em anos anteriores. A matriz orçamentária superestima
investimentos, subestima gastos de pessoal e aumenta os gastos com custeio,
exceto pessoal; aumenta os gastos, em especial, também, com os serviços
terceirizados, apontando claramente para uma crescente terceirização das
atividades municipais.
As
despesas com publicidade estão orçadas em 12 milhões de reais. É um valor
extraordinariamente alto. De outro lado são apresentadas dezenas e dezenas de
janelas orçamentárias que apresentam dotações absolutamente insuficientes para
realização de qualquer programa, obra ou serviço. São apenas janelas gravadas
no aguardo e na expectativa de remanejar ou de buscar mais recursos ou de
viabilizar alguns programas. O fato é que programas muito importantes se
travestem em janelas, ou seja, apenas é lembrado que se tem que realizar aquela
obra ou serviço, assim como no ano passado, quando tivemos inúmeros programas
com execução zero, e programas importantes.
O Ver. Adeli Sell, parece-me, citou anteriormente a
questão do Programa Vizinhança Segura, que é um dos maiores clamores, trata de
um elemento de maior aflição da Cidade, e só tem valor simbólico, não tem
recursos suficientes para realizar as ações. Da mesma forma, dos 21 programas propostos, vários deles são
completamente inconsistentes, porque não há recursos alocados que dêem conta
minimamente das necessidades das demandas e daquilo que seria o necessário à
aplicação para se ter algum resultado. Um caso desses é o Programa Porto Alegre
da Mulher, que prevê, por exemplo, ao longo de 11 meses de 2009, que sejam
investidos 135 mil reais - ou seja, mais ou menos 11 mil reais por mês - para
atender a um volume de demanda enorme. Assim como o Programa Vizinhança Segura,
que prevê recursos de apenas 0,6% do Orçamento Municipal para atender o
ambicioso objetivo de tornar a cidade de Porto Alegre mais segura.
Assim
são inúmeros Projetos, que têm nome, mas não têm dinheiro - traduzindo para o
português bem concreto. Então, é disso que estamos tratando, é isso que estamos
discutindo. Mas, quando se trata de gastos com publicidade e consultoria, o
Governo não é rogado. Ao contrário, ele gasta, e gasta muito. Como falei, os
gastos em publicidade atingem quase 12 milhões de reais; em consultorias e
auditorias são mais 12 milhões, ou seja, chegaremos a 24 milhões de reais em
gastos com publicidade, consultorias e auditorias, ou seja, dois milhões de
reais por mês. Entendemos que há um gasto excessivo, sim, em publicidade, um
gasto excessivo em consultorias, auditorias e outros, gastos que não necessitariam
ser do tamanho que são. Poder-se-ia ter aplicações sociais de maior retorno, de
mais utilidade, para atender às necessidades do povo de Porto Alegre. Obrigado
pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLE nº 050/08.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
venho a esta tribuna falar um pouquinho do Orçamento do ano que vem, e o Ver.
Todeschini estava dando um discurso triste, que o que acontece na Cidade...
Nada acontece, Vereador! O problema todo, Vereador, é que todo o mundo lembra
quanto o Partido dos Trabalhadores gastava na mídia, na publicidade, que
aparecia tanto. Será que não pagava, Ver. Dib? Será que isso não acontecia com
o Cidade Viva? Será que tem algum meio de comunicação que fazia de graça? Eu
acho que sim, porque vejo que a nossa publicidade, a do nosso Prefeito Fogaça,
não é tanto assim. Não é tanto assim, Vereador!
Ver.
Guilherme Barbosa, eu estive corrigindo os números e acho que não é
tanto assim! Eu tenho vontade de votar o Orçamento do Município do ano que vem,
porque quero ver o bem da Cidade, Verª Margarete Moraes. Quero o crescimento da
Cidade, gosto de Porto Alegre, amo Porto Alegre, e é para isso que estou aqui
defendendo o Orçamento do Prefeito Fogaça. E mais ainda: porque tenho um
compromisso com as pessoas que confiaram, que depositaram confiança em mim; eu
quero votar favorável.
Certamente, não há emenda, porque acho que é certo
o que está escrito no Projeto: quanto vai gastar, quanto determinou para a
Saúde, para o Esporte, para a publicidade. Eu acho mais certo seria se houvesse
um Governo que não gastasse muito na publicidade, mas, como faz parte a gente
mostrar para a comunidade o que foi gasto, eu acho que tem que mostrar, porque,
por enquanto, não há nenhuma rede de comunicação filantrópica que mostre de
graça.
Quero dizer que votarei favorável a todas as
Emendas, se possível, porque, sendo para o Município de Porto Alegre, sendo
para o bem da comunidade, para as pessoas que convivem em Porto Alegre, estarei
sempre pronto para votar. A gente que está aqui não pode se furtar de vir
falar, lembro muito bem de tudo que se passou em Porto Alegre; eu moro há
trinta anos em Porto Alegre, Ver. Dib, não esqueci as promessas todas que
fizeram e não realizaram. Por exemplo: quem é que realizou o Conduto Álvaro
Chaves? Foi o Prefeito Fogaça, que teve coragem de botar lá mais de 58 milhões
debaixo da terra, mas aquilo não dá voto! Gostam de fazer coisas que aparecem! Ver. Todeschini, V. Exª era um
extraordinário, competente asfaltador de ruas, V. Exª esteve no DMAE, sabe que
é verdade isso que estou falando. Por que o seu Governo não fez o Conduto
Álvaro Chaves? Por quê? O Projeto era de vocês e não quiseram, porque ali não
dá voto, não aparece. Foram mais de 58 milhões de reais enterrados!
Por
isso o Prefeito Fogaça merece palmas, porque teve a coragem de botar 58 milhões
de reais enterrados no chão e resolveu o problema. Não há mais jet ski na
Rua Mariante, não há mais jet ski na Av. Goethe, não há mais aquele jet
ski famoso do Ver. Professor Garcia, que sempre falou que andava por ali.
Não é verdade, Vereador? Vossa Excelência sempre falava do jet ski da
Av. Goethe. E V. Exª hoje pode procurar, em qualquer tempo que aconteça em
Porto Alegre, não há, resolveu o problema.
Então,
quero dizer que votarei favorável ao Orçamento de 2009, porque tenho um
compromisso com a cidade de Porto Alegre.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. ALCEU BRASINHA: Não,
Ver. Todeschini, o meu tempo já acabou, não posso lhe dar um aparte. É a mesma
coisa que V. Exª fez comigo, Vereador, deve se lembrar do que fez.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE n° 050/08, por cedência
de tempo do Ver. Guilherme Barbosa.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente, meus caros Vereadores e Vereadoras, as senhoras e senhores já
ouviram falar em janelas do Orçamento? O pessoal está me dizendo aqui que
deixaram até de pagar direitos autorais para Microsoft, que tem um programa
chamado Windows, que quer dizer janelas. Pois aqui estão nos apresentando 47
janelas. Eu diria que são um monte de janelinhas, em que botaram alguns
pingadinhos, sem compromisso com nada!
Ver.
Alceu Brasinha, V. Exª acha sério colocar, na Ação Valorize sua Calçada, quatro
mil reais? Em primeiro lugar, quem faz a calçada não é a Prefeitura, é o dono
da edificação. Se é para fazer uma campanha, quatro mil reais não chegam,
porque, se eu comparo quatro mil reais de campanha para arrumar a calçada com
os nove milhões de reais que foram gastos, isso é aquele cafezinho expresso
italiano, que é um terço do copinho, um pingadinho. Não é sério apresentar um
Orçamento com 47 janelinhas. Isso é uma irresponsabilidade.
E
eu posso dar outros exemplos. Implantação de marinas públicas em Belém Novo e
Ipanema: dez mil reais. Os senhores e as senhoras sabem o que é uma marina
pública? Sabem o que é fazer um processo de edificação de marinas em Belém Novo
e Ipanema e gastar dez mil reais? Isso é para não sair; não sai. Vamos mais
longe. Aquisição de equipamento para controle ambiental: dez mil reais. Qual é
o equipamento de controle ambiental? Se fosse um bafômetro, não sei nem quanto
custa, mas não é o caso; é controle ambiental, é outra coisa, que não é feito
na Cidade, por sinal. Lá em Ipanema é aquele caos no final de semana. Esse
decibelímetro, quanto custa? Isso aqui é uma janelinha. Ampliação da
arrecadação - onde está o Ver. Bernardino Vendruscolo? - do ITBI: dez mil
reais. Para nós foi dito que o Projeto de Lei que aprovamos aqui não adiantou
nada na arrecadação do ITBI, querem gastar dez mil reais para tirar todos os
contratos de gaveta: tem que fazer campanha, tem que fazer fiscalização, dez
mil reais não dá. Segurança alimentar, geração de renda: dez mil reais. Olha,
não dá nem para fazer um cursinho, ali na periferia, para padaria e
confeitaria, muito menos um projeto de segurança alimentar.
Mas
eu vou mais longe. Elaboração do Projeto do 4º Distrito: ora, senhores e
senhoras, cinco mil reais para apresentar um Projeto para o 4º Distrito? É
brincadeira, não é? O 4º Distrito merece um pouquinho mais de respeito e
consideração. Um Projeto para aquela região custa uma boa grana, e fazer custa
mais, e tem de ser feito, porque o 4º Distrito está abandonado. Operações
especiais no trânsito - alô, Secretário Senna...
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. ADELI SELL: O
Secretário está viajando. Em todos os sentidos, não é? “Aerosenna” só viaja.
Operações especiais no trânsito: cinco mil reais. Acessibilidade no transporte:
8,5 mil, ora, não dá... Ecoparque: dez mil reais. O que vamos fazer de
Ecoparque com dez mil reais? Segurança alimentar, cozinha comunitária: Verª
Sofia, quantas cozinhas comunitárias estão mofando ali no depósito?
(Aparte
anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O
SR. ADELI SELL: Umas
catorze. São dez mil reais para segurança alimentar, cozinha comunitária. Plano
Diretor, resíduos sólidos: dez mil. E o mais interessante, seria trágico e é
trágico: Plano Manejo Unidades de Conservação: dois mil reais.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Brasinha, eu lhe daria um aparte com muito gosto, mas o meu tempo terminou. O
PTB, provavelmente, vai lhe ceder um tempo de cinco minutos para V. Exª poder
explicar, já que V. Exª é da base do Governo, porque as coisas que coloquei
aqui têm de ter explicação. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE n° 050/08, por
cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Ver. Professor Garcia,
gostaria de ouvi-lo na tribuna, pois V. Exª diz que o que nós falamos aqui não
se trata do Orçamento. Ah, acha que nós não sabemos ler Orçamento...!
De
fato, o Orçamento tem, desde o primeiro ano do mandato do Governo Fogaça, a
proposta de temas transversais. E eu tenho uma síntese, em relação a isso, de
que nós, na verdade, temos uma nova forma de escrever o Orçamento, que na vida
não acontece, mas que ajuda a confundir e a não entender onde, de fato, estão
sendo alocados os recursos. Porque, quando se dividem os programas da infância
em vários programas, dividem-se os recursos que estariam mais simplificados
numa Secretaria em vários programas, eles se diluem. O Governo diz que está
ali, mas, na verdade, está lá. E a gente, na verdade, quando vai avaliar a
execução orçamentária, é que percebe que muitas coisas são intenções que não se
realizam na vida.
Agora,
chama-nos a atenção que o Ver. Brasinha, empolgado defensor do Governo Fogaça,
e muito mais depois da eleição realizada, vem aqui e diz que a Administração
Popular gastava muito mais em publicidade. Nós atualizamos os valores e, de
fato, gastávamos entre cinco e seis milhões em publicidade. Este Governo, no
próximo mandato, quer gastar quase 12 milhões em publicidade - o dobro -, e o
valor está concentrado na Secretaria de Gestão, não no Orçamento Participativo,
a SMGAE - parece Magalhães, MGAE, do Secretário Clóvis Magalhães, certamente o
nome da Secretaria não é em homenagem ao Secretário -, são quase 2,5 milhões em
publicidade. Na Secretaria da Fazenda, 1,2 milhão, e outras Secretarias,
talvez, com caráter mais educativo, devessem, sim, como a SMAM, ter mais
material de publicidade, porque seriam materiais, assim como o DMLU, que dariam
conta da educação ambiental, que é uma lacuna brutal nesses quatro anos no Governo
de Porto Alegre. Nós tratamos disso várias vezes nesta Casa.
O
investimento mais importante que uma Cidade pode ter é o investimento da
produção de uma nova cultura na Cidade. Não adianta ampliarmos coleta de lixo
diariamente e termos acionado o DMLU várias vezes em várias comunidades.
Estivemos ontem na Mário Quintana, escola da 5ª unidade, onde a gente discutia
com o DMLU que, para além de ir lá, colocar uma floreira e tentar que não
larguem o saquinho no chão, precisa ter uma educação ambiental forte, porque os
morros no entorno da Escola e o funcionamento da Escola estão prejudicados por
ocupações sem nenhuma intervenção governamental. Ora, a educação ambiental na
periferia não aconteceu.
O
DMLU passou três anos e meio em crise, em elaboração de licitação, portanto tem
um drama de acúmulo de lixo, de ratos, de deseducação, de desacúmulo na
educação ambiental na Cidade enorme, com implicação direta na vida da população
na periferia, mas na Cidade a gente sente um refluxo na separação do lixo nas
moradias, nas residências. Exatamente, por quê? Porque o Governo não tem uma
ação propositiva e uma política sistemática clara, pois, na questão da coleta
seletiva, os horários mudaram, é irregular a presença da coleta seletiva. Muitos
bairros não têm, os moradores não sabem mais o dia da coleta, Ver. Garcia.
Então há a combinação dessa ausência de uma política pública continuada,
anunciada, transparente com a falta de educação ambiental.
Quero tratar essa questão porque acho que é um desafio para o Governo Fogaça, pela segunda vez, ele precisa recuperar isso, porque na Vila Dique o manancial de águas está coberto por lixo, são quilômetros. Assim também está o arroio Feijó lá no Recanto do Sabiá, assim está a Restinga, nos morros, com acúmulo de lixo e destruição da natureza. Então, é uma ausência de Governo, Ver. Sebenelo. Trato esse assunto aqui porque não enxergo isso no Orçamento, mas, mais do que Orçamento, é política pública articulada; quem sabe, a publicidade - aqui tão volumosa no Orçamento - seja usada para cartilhas, para uma ação de projeto ambiental desses dois órgãos, principalmente. Senão, a Cidade não vai dar conta do caos em que está instalada. Assim a questão ambiental é prejudicada também para enfrentar essa questão da chuva, da corrosão, etc. Acho que o Orçamento não corresponde às necessidades da Cidade, não faz uma leitura do que a Cidade está pedindo. Nós faremos - como o Ver. Adeli aqui tem dito - uma fiscalização, porque sabemos que as Emendas - tivemos três Emendas acolhidas e não tivemos na LDO - da oposição não são esperadas. Trabalharemos com a fiscalização e com a ação da cidadania para melhorar este Orçamento.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Vereadora.
O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir
o PLE nº 050/08.
O SR. BETO MOESCH: Ver. Claudio
Sebenelo, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, queria aproveitar o debate do Orçamento, o qual sempre fiz,
Ver. Garcia, Ver. Dr. Raul, na Legislatura passada, com Vereadores de oposição,
porque, na minha opinião, é o principal debate ou um dos principais debates da
Cidade: o Plano Diretor e o Orçamento. Ouvi aqui, que bom, críticas de alguns
Vereadores da base da oposição - e vou explicar porque acho que é bom - com
relação ao pequeno orçamento de algumas áreas que dizem respeito a ações
ambientais, porque eu fazia isso, também, Ver. Todeschini. Eu fazia, vinha a
esta tribuna e, através de Emendas, buscava melhorar, de alguma forma, as ações
ambientais do então Governo do Partido dos Trabalhadores. Como Vereador de
situação, que acabou de sair do Governo, continuo com Emendas e vou debatê-las
agora.
Nós nunca tivemos, não temos - se tiver, quero
saber e visitar - um Município, no Brasil, que priorize a política ambiental no
seu Governo. Nós não priorizamos, vocês não priorizaram, e, pelo que se vê no
Orçamento de 2009, não será priorizada a política ambiental. Estou mais uma vez
buscando aqui a isenção e a coerência, porque nós precisamos ver esta Cidade,
de uma vez por todas - isso vai levar algum tempo, espero que não muito -,
colocar no seu dia-a-dia, o que inclui nos seus orçamentos anuais, verbas
mínimas, necessárias para a gestão ambiental.
O Ver. Adeli traz um exemplo, e é um absurdo, na
minha opinião, o que está na Peça Orçamentária: são dois mil reais para Plano
de Manejo de Unidade de Conservação. Mas isso é a média histórica que as
Unidades de Conservação têm recebido, média histórica: anos 70, anos 80, anos
90. Eu digo anos 70, quando se criou, no Lami, a primeira Unidade de
Conservação, a Reserva Biológica José Lutzenberger. Essa é a dura realidade.
Por outro lado, pela legislação federal, Ver. Braz
- aqui eu quero aproveitar -, pelo sistema nacional do meio ambiente, aquele
Município que tem autonomia para gerir o meio ambiente... E só tem uma cidade
autônoma totalmente para isso: Porto Alegre, em virtude da sua história, não em
virtude deste Governo ou daquele Governo. Nós conseguimos, mais do que qualquer
outra cidade, estabelecer compensações ambientais, transformar multas em
investimentos. Portanto, hoje, só para dar o exemplo da SMAM, porque não é só a
Secretaria do Meio Ambiente que deve traçar política ambiental, Ver.
Todeschini, V. Exª foi do DMAE, sabe
que tanto o DMAE como o DEP... Aliás, todas as Secretarias devem colocar na sua
pauta do dia-a-dia o cuidado com o meio ambiente, por isso há o Sistema
Municipal do Meio Ambiente, mas é importante colocar que, hoje, a Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, não contando o salário dos seus servidores,
consegue gerar mais verba extra-orçamentária do que orçamentária. Então, aqui,
é um avanço importante.
Nós
quadruplicamos as compensações ambientais porque revogamos o Decreto de 2003,
que, na minha opinião, era, inclusive, inconstitucional. Hoje as compensações
ambientais para empreendimentos, Ver. Brasinha, são quatro vezes maiores do que
em 2003. Pobre da cidade que não tenha um orçamento suficiente para a sua
política ambiental, por isso acolho e me somo às críticas a uma ineficiência
orçamentária para a política ambiental... Pobre da cidade que tem pouca verba
orçamentária para a sua política ambiental e, também, pobre da cidade que
dependa apenas do orçamento para a sua política ambiental... Porto Alegre
conseguiu - e já encerro - maturidade total, não mais precisa exclusivamente do
Orçamento para ter uma política ambiental. Estão aí as multas, as compensações
ambientais e as contrapartidas, que conseguem fazer da cidade de Porto Alegre
um exemplo internacional de gestão ambiental. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Beto Moesch.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 050/08, por
cedência de tempo do Ver. Mauro Pinheiro.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e demais pessoas que
nos assistem, o Orçamento que nós estamos discutindo aqui seria mais fácil
denominar de “quase tudo por dez e algumas coisas por cinco”. Estou vendo aqui
outras questões que me preocupam muito - a partir da manifestação do Ver.
Moesch -, por exemplo, para a melhoria no sistema de proteção contra cheias há
dez mil reais. Eu lembro que isso é um sistema que envolve casas de bombas,
comportas, há todo um complexo sistema que tem que ser mantido em operação,
porque o que aconteceu em Santa Catarina aconteceu aqui, em determinado grau,
em maio. E não estamos livres que aconteça aqui a qualquer momento, e que a
Cidade tenha necessidade de acionar as comportas, ter as casas de bombas com as
bombas funcionando; tem todo o sistema, mas tem dez mil reais aqui.
Há
outras questões também: Plano Diretor de resíduos sólidos, dez mil reais; Plano
Diretor de drenagem, dez mil; segurança alimentar, dez mil; Ecoparque, dez mil;
conservação de áreas verdes, 2,9 mil; Plano de Gestão Ambiental, cinco mil e
por aí afora. Enfim, há um conjunto de ações, a maioria é em janelas, o famoso Windows, são apenas gravações de
Orçamento para o futuro.
Mas
eu não posso deixar de responder aqui à provocação feita pelo Ver. Alceu Brasinha
sobre o Conduto Forçado, uma obra importantíssima, fundamental e que teve o
projeto aprovado, garantido, elaborado e contratado na gestão João Verle. E foi
assinado por Airto Ferronato, que estava conosco há pouco, quando ele foi
Diretor do DEP. O contrato da execução do Conduto Forçado Álvaro Chaves foi
assinado em 26 de dezembro de 2004 pelo então Prefeito João Verle. A
obra não foi fácil, porque precisava de muito dinheiro e só aconteceu porque o
BID e o Fonplata viabilizaram os recursos, orçados originalmente em 43 milhões
de reais, quando da ordem de início dada pelo Governo do PT. Depois a obra
acabou custando 60 milhões de reais.
Então,
o que eu posso responder é que levamos 15 anos para conseguir o dinheiro,
porque era financiamento internacional. A quantidade não era pouca, eram 43
milhões de reais só para essa obra, que depois custou 60 milhões - o Ver. Alceu
Brasinha diz que custou 58 milhões, pouca diferença faz; foi muito mais. Bom,
mas isso não é responsabilidade do PT. A responsabilidade do PT foi contratar o
projeto por 43 milhões de reais, conforme foi feito. Isso que é importante.
Aliás, o Ver. Alceu Brasinha tem sido bem mais defensor do Governo agora,
depois da eleição, até porque ele é o 1º Suplente, ele precisa do mandato.
(Aparte
anti-regimental.)
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Apelo
sim, porque ele vem falar coisas aqui que não têm fundamento.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Ver.
Carlos Todeschini, por gentileza, o seu tempo está assegurado. Eu quero dizer o
seguinte: apartes são feitos no microfone de apartes. Nós não podemos perturbar
a ordem dos trabalhos dessa forma. Solicito aos Vereadores que solicitem os
apartes; se não forem concedidos, quero dizer que isso é um direito do ocupante
da tribuna.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado,
Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo.
Então,
temos aqui uma situação importante, sim: são vários programas de alta e
altíssima prioridade, que têm apenas recursos simbólicos. Quem não discutiu,
durante a campanha, o problema da regularização fundiária ou o problema da
insegurança na Cidade? Quem não sabe que a maior aflição das pessoas é a
questão da segurança? No entanto, há aqui o programa Vizinhança Segura, que tem
dez mil reais para todo o ano.
Então,
quando os Governos falam em prioridade, isso tem que se traduzir em atos e
ações, em investimentos de recursos, porque prioridade da boca para fora é como
se diz: “De boas intenções, o inferno está cheio”. Isso não resolve o problema
das pessoas. Prioridade é botar recursos, é ter investimento, é ter dinheiro e
fazer com que os programas ditos prioritários sejam, de fato, prioritários com
a vontade do Governo, com investimento e com decisão. É o que a gente não vê,
infelizmente, aqui nesta Peça. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. Carlos Todeschini.
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLE nº 050/08, por
cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu venho especialmente a esta tribuna para dizer mais ainda, Ver. Carlos
Todeschini: o que V. Exª disse para mim não é realidade, porque, na outra
eleição, eu era Suplente e sempre defendi o Prefeito Fogaça. E mais ainda,
Vereador: eu tenho onde trabalhar, não preciso estar aqui, querendo me garantir
aqui. Eu preciso defender o direito dos porto-alegrenses, do cidadão, não é o
que V. Exª faz; se V. Exª tem problema, o problema é seu, meu não é! Está,
Vereador? Vocês têm o costume de acusar as pessoas. Eu nunca tive emprego
público, Vereador, e V. Exª teve! Vossa Excelência fez coisa ilegal, enfrentou
vários processos! O que V. Exª quer? Vossa Excelência quer dar aula de moral
aqui? Vossa Excelência não pode dar moral, Vereador! Não pode!
Mais ainda: a Verª Sofia Cavedon vem também aqui,
levemente, e me acusa. Quero dizer à Vereadora: Vossa Excelência mentiu aqui,
Vereadora, porque não são 14 cozinhas, são dez! E estão sendo implementadas
ainda, Vereadora! Vossa Excelência falou em 14, porque 14 é o nosso número, o
do meu Partido! Por que V. Exª não falou 13, que é do seu Partido? Por que V.
Exª não fala dos seus problemas? Isso é vergonha!
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte?
O SR. ALCEU BRASINHA: Eu não vou lhe
dar aparte, porque vocês costumam não dar apartes, V. Exª e o Ver. Carlos
Todeschini costumam não dar. Vocês têm que escutar também, porque aqui ninguém
é surdo, ninguém é bobo! Vocês têm que, principalmente, respeitar as pessoas!
Não venham acusar de coisas que ninguém deve aqui! E tenho certeza absoluta de
que estou aqui defendendo o projeto de Porto Alegre, o Orçamento de Porto
Alegre! Estiveram por 5.844 dias no Governo, Ver. Carlos Todeschini, e por que
não fizeram o Conduto Álvaro Chaves?! Por quê? Se vocês são tão bons, por que
não fizeram? A Cidade quer saber por que vocês não fizeram! Vocês não fizeram!
Vocês não queriam fazer! Vocês gostam de voto, vocês gostam de mostrar a obra
que está sendo feita! E o meu Partido, o meu Prefeito de Porto Alegre não
gosta, o meu Prefeito quer fazer para a cidade de Porto Alegre!
(Manifestações nas galerias.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Não me
preocupo com as vaias, podem vaiar, não vão me preocupar nenhum minuto, porque
defendo o direito do cidadão porto-alegrense! Porque aqui tem uma voz humilde,
sei de onde vim! E tenho certeza absoluta de que jamais alguém vai tirar a
minha autoridade de falar, porque eu falo, porque eu amo Porto Alegre, amo de
verdade! E amo e quero o direito de Porto Alegre, quero que o Prefeito de Porto
Alegre faça mais por Porto Alegre, avance cada vez mais, faça Porto Alegre
avançar de ponta a ponta, no mundo todo! Mais ainda: quero dizer ao Ver.
Professor Garcia que a mudança não pode parar nunca, deixem o homem trabalhar!
Aí, o Ver. Carlos Todeschini vem me dizer da janela
de quatro mil reais. A janela de quatro mil é importante, por exemplo, para a
Lomba do Pinheiro, meu amigo, para garantir, quem sabe, a calçada lá do
colégio, na frente. Com quatro mil reais se pode fazer, porque a Prefeitura tem
mecanismos, tem tudo para
mecanizar e fazer a obra. Ver. Elói, o senhor tem uma experiência grande no
trânsito, o senhor foi Secretário da SMT nos anos 1980, o senhor sabe que
quatro mil reais, hoje, é dinheiro! Como não é? Se alguém acha que não é
dinheiro, então bota fora para ver! Eu não entendo; aqui, para o Prefeito
Fogaça, tudo é errado! Será que é difícil convencer a oposição de que eles
perderam? Será que é difícil?
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, quero agradecer o
aparte. Só quero dizer ao Ver. Todeschini que é muito difícil conseguir apoio
dos Vereadores a uma Emenda se o senhor for para a tribuna e ficar agredindo as
pessoas. É difícil conseguir apoio depois, tem que aprender a construir
relações com as pessoas. Como é que a gente vai apoiar, se vai aí para cima e
começa a agredir um Vereador? Agredir um Vereador é agredir toda a Bancada.
Obrigado.
O
SR. ALCEU BRASINHA:
Obrigado, Ver. Nilo Santos.
Como
Vereador do PTB - e tenho honra de ser Vereador do PTB -, quero dizer para o
Ver. Todeschini: Vossa Excelência tem que medir as palavras quando fala; o
senhor é muito dono da verdade, Vereador, o senhor não tem a verdade! Se o
senhor tivesse a verdade, seria um homem correto. Nem Jesus Cristo conseguiu
convencer todo o mundo, como é que o senhor vai querer convencer? Os atos
errados que o senhor fez, e aí? Por quê? Vereador, aqui todo mundo é falho, mas
o senhor não pode acusar nenhum Vereador. Não é porque eu sou humilde que o
senhor vai denegrir a minha imagem aqui, Vereador! Todo mundo sabe que eu dormi
na rua, passei trabalho, fiz tudo, e aí?
E
o senhor vem querer saber por que eu defendo tanto o Prefeito Fogaça... Eu
defendo porque tenho certeza de que Porto Alegre precisa de um Prefeito igual
ao Fogaça, que cada vez avança mais pela comunidade, pela Cidade, pelo povo,
pela qualidade de vida, meu amigo! Se o senhor gosta tanto de Porto Alegre, por
que é tão contra o Prefeito Fogaça? Por quê? Se a gente gosta de Porto Alegre,
não interessa o Prefeito. Eu não votei no Lula e gosto muito do Presidente
Lula, meu amigo, gosto! Eu não vou torcer para ele fazer errado, eu vou torcer
para ele acertar cada vez mais, mas o senhor, não; o senhor torce para dar
errado!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Queríamos, com muito prazer, anunciar a presença de Gisele de Souza Borges,
segunda suplente do PCdoB, que muito vai estar conosco neste plenário. É com
grande prazer que nós anunciamos a presença da Gisele.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): O Ver.
Brasinha utilizou expressões
no sentido de que este Vereador teria cometido atos ou práticas ilegais. Peço
que essas expressões sejam suprimidas das notas, porque eu tive todas as contas
aprovadas e, caso ele mantenha as expressões, vou tomar as providências legais
em relação a isso.
O
SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento): Ver.
Claudio Sebenelo, quero também pedir que o Ver. Todeschini retire as suas
palavras, quando diz que eu estou agradando o Prefeito Fogaça porque quero
cargo. Acho que isso que ele me fez não é lealdade, porque ele simplesmente
está fazendo uma ameaça a este Vereador, que jamais pensou isso.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Vereador.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 050/08.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Claudio Sebenelo, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiramente
quero saudar a presença, na nossa Casa, do Padre Antônio Lorenzatto, que é o
maior conhecedor da história do bairro Cascata, ele está autografando seu livro
- quero comprar, mas não consegui chegar ainda ao saguão. Eu acompanhei o Padre
Lorenzatto quando o seu livro ainda estava no prelo, e quero adquirir esse
livro porque, realmente, nós, que gostamos da história dos bairros, precisamos
ter esse livro na nossa biblioteca.
Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, minha amiga Verª Sofia Cavedon, eu quero só
corrigir um dado que V. Exª colocou aqui na tribuna que não é correto. Concordo
com V. Exª no sentido de que os Governos continuam gastando muito em
publicidade - e não é de hoje que eles vêm gastando muito em publicidade. O
Governo atual também gasta muito em publicidade, mais do que eu gostaria que
gastasse. Só que em 1997, quando o Prefeito era o Dr. Raul Pont, nós precisamos
entrar na Justiça para saber quanto o Dr. Raul gastava em publicidade, porque
ele não revelava. Nós descobrimos que ele gastou, em publicidade, 13 milhões em
1997, e eu já achava muito. Agora, Ver. Elói Guimarães, o Governo Fogaça chega
a quase 12 milhões de reais, baixou, mas ainda acho que é muito! As
Administrações Públicas têm que chegar, realmente, a um ideal, não gastar essa
quantidade de dinheiro muitas vezes para agradar aos órgãos de comunicação; o
dinheiro deve sobrar para a Saúde, para a Educação, para outros setores. Assim,
acho que está equivocado.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, sobre
essa história de criticar a publicidade, eu sempre me lembro do querido
Prefeito Tarso Fernando Genro, quando a Casa aprovou uma Emenda ao Orçamento,
reduzindo uma parcelinha de publicidade do seu gabinete, e ele aumentou, numa
suplementação, 13.206%, ou seja, 136 vezes mais do que ele tinha.
O
SR. LUIZ BRAZ: É verdade.
Ver.
Todeschini, quero corrigir também algumas colocações que foram feitas aqui da
tribuna. O Ver. Adeli falou muito nas pequenas janelas, quarenta e poucas
janelas, que são aqueles pequenos valores colocados em algumas rubricas.
Olhando assim, parece o seguinte: o que essa rubrica vai poder fazer com tão
poucos recursos? Nós sabemos que temos uma capacidade de suplementação e
estamos dando aqui para o Prefeito, neste Projeto, uma capacidade de
suplementação automática de 4,5%. Então, essa pequena rubrica, que às vezes
fica ali numa área de assistência social ou alguma coisa assim, pode ser
suplementada durante o transcorrer do ano. Uma rubrica que muitas vezes parecia
que não iria fazer frente a um determinado setor do Orçamento acaba cumprindo
seu papel. O importante é que estamos, no Orçamento, com a distribuição para
gastar com coisas que não se vai gastar realmente, mas constando nas rubricas
necessárias, para que, no momento exato, possa haver a suplementação.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Luiz Braz, eu estava ouvindo com atenção o seu discurso e
gostei quando o senhor falou que a Administração anterior gastou 13 milhões em
publicidade. Mas mesmo assim eu lhe pergunto: eles gastaram mesmo 13 milhões em
publicidade?
O SR. LUIZ BRAZ: É, Ver. Brasinha, mas tanto faz. Gastar
13 milhões naquela época como 12 milhões agora, com toda a certeza, eu acho que
é demais! Eu acho que não deveriam ter sido gastos nem 13 milhões naquela época
- quando nós resolvemos levar o Prefeito Raul Pont à Justiça, porque achávamos
que o gasto que ele fazia era excessivo - nem agora, muito embora tenha baixado
o valor. Depois daquela época, em que levamos o Prefeito à Justiça, os valores
para publicidade baixaram. Esses valores poderiam ser diferentes; embora o
Orçamento seja muito grande - 3 bilhões e 200 milhões de reais, quase 400
milhões em investimentos -, mesmo assim, eu acho que há algumas áreas que
poderiam ter um aporte melhor.
O Sr. Alceu Brasinha: Vim aqui, Vereador, porque há alguns
minutos eu estava falando com o Ver. Guilherme Barbosa, e ele me confirmou que
foram gastos cinco milhões em publicidade. Mas que diferença louca é essa de
oito milhões?
O SR. LUIZ BRAZ: Obrigado, Ver. Brasinha. Eu agradeço a
Vossa Excelência.
Nós
recebemos 71 Emendas, eu fui o Relator do Orçamento, chegamos a aprovar 21
Emendas, muitas delas não foram aprovadas não por causa do mérito, mas, às
vezes, por causa de valores excessivos que eram colocados. E nós deixamos que
essa discussão se desse aqui no Plenário, através das estratégias que se têm,
para a Emenda ser rediscutida por aqui.
Eu
acredito que vamos ter um bom Orçamento, muito embora a previsão de receita
sempre será alguma coisa que deveremos ficar cuidando, Ver. Elói Guimarães, até
com uma certa temeridade, porque estamos em meio a uma crise, e tudo indica
que, no próximo ano, a economia brasileira não vai responder tão bem como
respondeu neste ano que está terminando. Então, pode acontecer que essa
previsão de receita de 3 bilhões e 200 milhões não aconteça assim. Vamos
esperar que não; vamos esperar que a crise não nos atinja de uma forma vital, e
que nós possamos ter receita suficiente para poder ter as despesas que estão
previstas aqui e também praticadas da forma que se quer dentro do Orçamento.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr.
Presidente, como o Ver. Alceu Brasinha não me deu o aparte, e eu não pude
corrigir na hora, solicitaria ao Ver. Alceu Brasinha que retirasse da sua
compreensão que eu, ao indicar ao Ver. Adeli que seriam 14 cozinhas
comunitárias, tenha feito qualquer referência ao número 14, de campanha. Acho
que isso é uma forçação de barra, eu jamais faria isso. Na minha conta havia
17, e sei de 13 instaladas. Eu gostaria de corrigir isso.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 050/08.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
ouvimos aqui inúmeras críticas, e estava falando para a Verª Sofia Cavedon que
talvez alguns Vereadores não tivessem o entendimento ou não conseguiram ler o
Orçamento. Falaram de pequenos projetos, mas esqueceram de ler os Programas
Finalísticos, e o eixo dos Programas Finalísticos é transversal e engloba
várias Secretarias.
Lembro
que o Ver. Adeli colocou algumas coisas em relação ao Programa Vizinhança
Segura, dizendo que a destinação era zero. No Programa Finalístico Vizinhança
Segura estão previstos, para 2009, 20 milhões e 312 mil reais. Então, na
realidade, eu quero dizer que não entenderam ou não conseguiram ler as
finalidades, porque para cada segmento há... Por exemplo, quando ele falou da
questão do PIEC, tem o Programa Entrada da Cidade, que é um Programa
Finalístico, para o qual estão previstos 22 milhões e 685 mil reais. Então,
eles se fixaram em determinada coisa, mas não leram o Programa Finalístico.
O
Prefeito Fogaça tem dito inclusive que quer rever, talvez até diminuir o número
de programas, porque é um conceito novo. Na realidade, no nosso País, seja no
âmbito federal, estadual ou municipal, sempre se trabalhou ou em nível de
Ministério, ou em nível de Secretaria, e quer-se, aos poucos, quebrar esses
paradigmas, porque, através do programa, várias Secretarias fazem uma
interlocução com os diversos programas. No total, por exemplo, quando se fala
na questão da criança, o Programa Lugar de Criança - só para os senhores terem
uma idéia - tem quase 500 milhões de reais previstos. Em cima disso que se quer
discutir. Porto Alegre está construindo 38 novas creches e duas Escolas
Municipais de Ensino Fundamental, as duas na Zona Sul: uma na Moradas da Hípica
e a outra próxima ao bairro Belém Velho, no Rincão; são escolas para atender
mais 2,5 mil pessoas, são as maiores necessidades.
Muitas
críticas nós ouvimos, por exemplo, na questão de fundos municipais que o
Governo pode perder. Na realidade, se o Governo fizer determinados convênios -
e a Verª Sofia Cavedon tem colocado muito isso -, o Município vai estar
deixando de fazer todos os convênios com as creches comunitárias. Então, é uma
questão de decisão, e o Governo optou por continuar, sim, atendendo a essas
creches comunitárias, que, com todas as suas dificuldades, continuam fazendo
seus trabalhos.
Quero
ler rapidamente - não tenho tanto tempo -, porque é interessante saber a
discriminação, principalmente quando se coloca que na questão do DEP não há
nada para drenagem. Ora, há um Programa que diz “Melhoria de drenagem”, para o
qual há destinados R$ 7.313.350,00. Se isso não é nada de investimento, então
volto a dizer: não conseguiram ler o Orçamento.
Para
um outro Programa, o Programa de Drenagem Urbana, há mais 464 mil. Ou seja, há
várias questões que estão bem colocadas aqui nesse aspecto e que são colocadas
item por item. Aí se colocou: “Mas e na questão das escolas?” Só para os
senhores e as senhoras terem uma idéia, de ampliação e manutenção do Ensino
Fundamental, são 13 milhões de reais; e de ampliação do Ensino Municipal
Infantil, mais cinco milhões.
Então,
volto a dizer que, em Porto Alegre, sim, está sendo investindo. E não é por
acaso que o maior Projeto da história de Porto Alegre está sendo realizado, que
é o Projeto Integrado Socioambiental, no total de 430 milhões de reais, Projeto
que vai mudar a cara da Cidade. Imaginem os senhores e as senhoras que está
saindo uma tubulação de 1,60m a partir da Usina do Gasômetro, indo até a Ponta
Grossa; todo o esgoto que é largado no Guaíba hoje vai ser canalizado e lá, na
Ponta Grossa, vai ser tratado e devolvido para o Guaíba. Dentro de cinco anos,
devemos já ter balneabilidade até a Pedra Redonda, e, num espaço de dez a onze
anos, grande parte do lago Guaíba vai ter balneabilidade. Não teremos água
potável para beber do Guaíba, mas poderemos nos banhar no Guaíba. Então aquilo
que durante muitos anos as nossas gerações ficaram devendo está sendo devolvido
para a Cidade. Volto a dizer: é a maior obra já realizada na história de Porto
Alegre; são 430 milhões de reais.
Assim,
Porto Alegre tem muito a investir. Porto Alegre está investindo, mas quer fazer
de maneira séria; alguns não conseguiram ler ou tiveram uma interpretação
errada do Orçamento. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Agradeço aos Srs. Vereadores. Está encerrada a discussão.
Neste
momento, vamos orientar os Srs. Vereadores, peço atenção para o encaminhamento
de votação. Votação do PLE nº 050/08, com as Emendas com Parecer favorável da
CEFOR e não-destacadas, a saber: Emenda nº 22, com Subemenda nº 01 de Relator;
Emenda nº 25, com Subemenda nº 01 de Relator; Emenda nº 35, com Subemenda nº 01
de Relator; Emenda nº 36, com Subemenda nº 01 de Relator; Emenda nº 37, com
Subemenda nº 01 de Relator; Emenda nº 41, com Subemenda nº 01 de Relator;
Emenda nº 42, com Subemenda nº 01 de Relator; Emenda nº 44, com Subemenda nº 01
de Relator; Emenda nº 48, com Subemenda nº 01 de Relator; Emenda nº 50, com
Subemenda nº 01 de Relator; Emenda nº 51, com Subemenda nº 01 de Relator;
Emenda nº 57, com Subemenda nº 01 de Relator; Emenda nº 60, com Subemenda nº 01
de Relator; Emenda nº 62, com Subemenda nº 01 de Relator; Emenda nº 68, com
Subemenda nº 01 de Relator; Emenda nº 70 de Relator; Emenda nº 71 de Relator.
Portanto, neste
momento, votaremos o Projeto com essas Emendas, ressalvando as Emendas
destacadas.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 050/08, com as Emendas já citadas.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, eu não tenho dúvida nenhuma de que o Projeto deve ser aprovado
com as Emendas também aprovadas pelo Relator, porque ele está bem elaborado. Eu
teria uma restrição, sim, porque faço o acompanhamento da execução
orçamentária, e isso é o que os Vereadores deveriam fazer com muito rigorismo.
É que a rubrica “Taxas” não vai se realizar, mas será compensada,
evidentemente, por outras rubricas que excederão os valores aqui apresentados.
Normalmente isso ocorre. A rubrica “Taxas” - onde está previsto o valor de 81
milhões de reais - não vai se realizar, e eu vou acompanhar, com muito cuidado,
a execução orçamentária.
De qualquer forma, sem dúvida nenhuma, eu quero que
seja aprovada a Proposta Orçamentária, porque a parte referente à Educação está
respeitada, a parte referente à Saúde está respeitada, está tudo dentro do que
preceitua a Lei de Diretrizes Orçamentárias, está tudo correto, sem problema
nenhum. Portanto, o voto da Bancada do Partido Progressista é unanimemente
favorável. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 050/08, com as
Emendas já citadas.
O SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, a Bancada do
Partido dos Trabalhadores vem para registrar, de forma responsável, como tem
agido nesta Casa, o seu voto. Nós, da Bancada do PT, votaremos contra a Peça
Orçamentária, porque é inconcebível que o Governo - que tem tantos Cargos de
Confiança, que teve o tempo que teve para fazer as correções, para seguir os
apontamentos que a nossa Bancada responsavelmente fez quando se abriram os
debates aqui – tenha deixado 47 janelinhas abertas; que podem ser, para alguns, janelinhas
por onde não passa nem um tico-tico, mas por onde pode passar também jaburu.
Por isso, estamos aqui colocando o nosso voto contra, porque o Governo
Municipal é useiro e vezeiro de abrir pequenas janelas no Orçamento para,
depois, jogar com as várias rubricas.
Além
disso, nós verificamos que há uma super, uma hiperestimação da receita. No ano
passado, tivemos um significativo aporte nas nossas receitas, dadas as
condições econômicas do Município e do Estado. Nós fizemos e faremos tudo para
que o Município de Porto Alegre continue crescendo. Mas sabemos, Ver. João
Antonio Dib, e isso irrita muita gente, que a crise econômica mundial atingirá
todos nós de alguma forma. Por mais esforços que o Governo Federal esteja
fazendo, está fazendo... Está difícil de falar, Vereador-Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
palavra de V. Exª está assegurada. Solicito aos Vereadores que retornem às suas
bancadas.
O
SR. ADELI SELL: Portanto,
eu vou repetir que a nossa Bancada votará contra o Orçamento por todas as
razões que aqui expusemos. É de responsabilidade do Executivo o Orçamento; eu,
por exemplo, falo por mim: não fiz emendas, porque jamais faria emendas do tipo
que alguns fizeram e que continuam fazendo. Não respeitam o Orçamento
Participativo; quando uma comunidade inteira quer uma rua asfaltada, e aí chega
um Vereador aqui e faz uma emenda para asfalto de rua. Era só o que me faltava:
nós fazermos o que faz muitas vezes o Congresso Nacional.
Nós
já tínhamos superado esse tipo de procedimento aqui, e também é muito estranho
que algumas instituições recebam, por meio de Vereadores, emendas para deslocar
verba orçamentária para uma entidade, que todo mundo aqui sabe que é vinculada
a essa ou àquela pessoa. Nós não podemos votar este Orçamento, nós não podemos
com Declaração de Voto, mas como, sistematicamente, o Governo Municipal e seu
Líder aqui não têm dado a atenção que nós, Bancada de oposição, merecemos, por
contribuir com a cidade de Porto Alegre... compactuar. Nós estávamos,
inclusive, predispostos a votar favoravelmente, com Declaração de Voto, mas
como, sistematicamente, o Governo Municipal e seu Líder aqui não têm dado a
atenção que nós, Bancada de oposição, merecemos, por contribuir com a cidade de
Porto Alegre...
Ver. João Bosco, V. Exª usa o tempo do
PDT e vem aqui fazer sua intervenção, não me fale em terceiro turno, Ver. João
Bosco, porque é um direito que temos de votar contra, se achamos que está
errado. Inclusive, quero dizer mais, Ver. João Bosco: o Orçamento da sua
ex-Secretaria, talvez da sua futura Secretaria, é muito pouco, e nós vamos
discutir essa questão, é mais uma razão para a Bancada do PT votar contra a Lei
Orçamentária, porque esperamos que o Governo comece a ouvir a Bancada de
oposição. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº
050/08, com as Emendas já citadas.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. Adeli Sell,
lastimo a posição da sua Bancada. Vocês, que sempre fizeram uma oposição séria,
consciente, votando contra a questão do Orçamento? Acho que não é a melhor
maneira. Até pergunto: vocês votam contra e pedem destaque das Emendas? Ou
seja, é só para dizer: “Nós estamos só demarcando a posição.” Não acredito
nisso, eu acho que a política a gente faz de uma forma séria e intencional.
Vossa Excelência fala na questão do Orçamento Participativo: com relação a
todas as Emendas que foram ligadas ao Orçamento Participativo, houve uma
decisão de não as reprovar; e, com relação àquelas que foram aprovadas, há a
decisão também de derrubá-las, porque nós queremos respeitar.
Agora,
o seu Partido fez Emendas relativas ao Orçamento Participativo e não respeitou
o Orçamento Participativo. Pergunto a V. Exª: o PT está mudando? O PT não
aceita mais o Orçamento Participativo? Nós temos que fazer essa discussão aqui
na Casa. Porque o Prefeito Fogaça respeita, sim, aquelas demandas oriundas do
Orçamento Participativo e quer continuar construindo as demandas do Orçamento
Participativo, porque defende aquela máxima de que V. Exª tanto fala, de que o
PT tanto fala: - todo o poder emana do povo.
Então
eu fico preocupado, fiquei curioso e até um pouco decepcionado, Vereador,
vou-lhe dizer, quando V. Exª disse que não aprova o Orçamento. Poderia dizer:
“Olha, eu não aprovo por isso e por isso.” E V. Exª falou das “janelas”,
imagino que não tenha ouvido a minha fala anterior: Vossa Excelência comentou
que, para o Programa Vizinhança Segura, há zero de investimentos; e eu leio que
para o programa da Vizinhança Segura estão previstos 20 milhões e 312 mil
reais. Quando V. Exª coloca que para a questão das crianças não havia previsão,
eu leio na Peça Orçamentária que há 496 milhões de reais; quando comenta que
não há nada previsto para o Programa Entrada da Cidade, digo que há
especificamente para esse programa 22 milhões de reais. Vossa Excelência fala a
respeito do DEP, ao qual serão destinados, para a questão da melhoria de
drenagem, 7 milhões e 313 mil reais; só para a drenagem urbana são mais 464 mil
reais. Volto a dizer que as janelas de que V. Exª fala talvez não sejam
janelas, mas uma má interpretação do Orçamento; mas respeito a sua posição.
Lastimo
a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que sempre fez uma oposição
legítima, uma oposição séria, e isso é importante, porque aqui é o Parlamento,
o lugar onde se fala. Agora, o ser contra por ser contra, sem justificativa,
não é a prática do PT. E isso me preocupa. Volto a dizer que lastimamos, mas
todas as Emendas que foram aqui destacadas não têm sentido quando votam pela
rejeição do Orçamento, dizendo com isso que as Emendas não importam. Foi
demagogia ou uma demarcação? É uma posição. Respeito, mas digo que Porto Alegre
tem um bom Orçamento, sim, de 3 bilhões e 247 milhões de reais, que quer
construir investimentos, porque Porto Alegre precisa, cada vez mais, investir.
É
uma questão de construção de cidadania, e, em cada segmento do Orçamento
Participativo, a população é escutada, porque é a forma que os senhores nos
ensinaram. É a forma que o Fogaça assumiu, porque ele disse que aquilo que
estava bom continuaria. E agora ele diz que a mudança não pode parar, e a
mudança não vai parar. Porto Alegre quer crescer e ter olhos para o futuro.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Registro a presença do Suplente de Vereador, Sr. João Pancinha, Diretor do DEP.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n°
050/08, com as Emendas já citadas.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, estamos em um momento
importante, nós vivemos um momento importantíssimo. Há poucos meses, em
processo eleitoral, a cidade de Porto Alegre deu o seu aval, mais uma vez, ao
Prefeito Fogaça. A nossa candidata Deputada Federal Manuela D’Ávila fez quinze
por cento dos votos válidos da cidade de Porto Alegre, portanto temos a
responsabilidade, nesta Cidade, de fazer uma oposição responsável. O PCdoB
neste momento, embora com críticas as várias janelas, como foi colocado aqui,
dará seu aval positivo, votará favoravelmente o Projeto. Portanto, Sr.
Presidente, a Bancada do PCdoB votará favoravelmente, com restrições ao
Projeto, e faremos as críticas necessárias no momento adequado. Não teremos a
postura de fazer uma oposição irresponsável. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 050/08,
com as Emendas já citadas.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Sebastião Melo, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores. Ver. Adeli Sell, pela Liderança e a
inteligência que V. Exª tem, fiquei triste ao ouvi-lo da tribuna, quando
colocou que a sua Bancada votará contrariamente o Orçamento. Vossa Excelência,
a Verª Sofia, todos sabem muito bem que, se derrotado este Orçamento... O que
vai acontecer? Nós vamos tomar o Orçamento do ano passado e corrigir este
Orçamento através dos números inflacionários.
Ora,
pela primeira vez nos últimos tempos, temos um Orçamento que superou a casa dos
três bilhões de reais; pela primeira vez temos uma quantidade de recursos para
investimentos maior do que nós tivemos em todos os anos passados, inclusive na
época em que o Governo de V. Exª esteve à frente do Governo Municipal, nos 16
anos do PT. Então, pela primeira vez, temos previstos, Ver. Garcia, recursos
que vão conseguir fazer com que esta Cidade realmente consiga progredir mais do
que as outras vezes. Pela primeira vez, os 23 programas estão muito bem
dimensionados; pode acontecer de uma rubrica ou outra, dentro dos programas,
estar com poucos recursos, por isso temos as suplementações, que vão propiciar,
Ver. Dr. Raul, que, onde for necessário, o Governo possa, até com
suplementações automáticas, fazer alocação desses recursos.
Nós procuramos evitar - até foi uma recomendação do
Líder do Governo quando este Vereador estava fazendo o Parecer - as Emendas que
tivessem ligação com o Orçamento Participativo, mas eram muitos os Vereadores
que faziam essas Emendas; inclusive alguns Vereadores da sua Bancada, Ver.
Adeli Sell, fizeram Emendas que invadiam a área do Orçamento Participativo.
Este Vereador resolveu aceitar algumas dessas Emendas, porque acreditou que
elas eram extremamente importantes, como, por exemplo, a construção de
pontilhões em duas das regiões da Cidade. Foram duas Emendas que resolvemos
aceitar, porque acreditamos que a Administração Pública não poderá ficar sem
construir pontilhões naquelas áreas. Então, tanto se é iniciativa do Executivo
ou dos Vereadores querer alocar recursos nessas rubricas, tanto faz; mas são
obras necessárias.
Então, acredito que votar com restrição, votar com
justificativa de voto, tudo cabe. Agora, votar, simplesmente, contra o
Orçamento... Acho que quem votar assim estará prestando um desserviço à Cidade.
Não é, tenho certeza absoluta, a vontade nem de um Vereador, nem de outro; nem
de uma Bancada, nem de outra. Nós precisamos é votar depois as Emendas, aquelas
que queremos, aquelas que já foram aprovadas, que foram aprovadas junto com o
texto, mas, em relação àquelas que estão destacadas e que vão ser votadas uma a
uma, devemos verificar o que elas, realmente, trazem, para que possamos negar
aquelas que não são tão importantes assim e aprovar aquelas que acreditamos que
vai melhorar a Peça Orçamentária.
O que não se pode, de forma nenhuma, é votar contra o Orçamento, porque é votar
contra a Cidade, pelo menos no meu modo de ver.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº
050/08, com as Emendas já citadas.
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Adeli, eu venho a
esta tribuna para dialogar com V. Exª e com os demais, porque ouço V. Exa, em
todas as Sessões, bradar sobre o tal de Orçamento Participativo. Só que, quando
assumi como Secretário em 2005, vi que o seu Governo, o PT, não fazia as obras
designadas pelo Orçamento Participativo desde 2000.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Bom,
eu mostro lá, na Secretaria de Esportes desde 2000! E, quando o Prefeito Fogaça
tomou posse em janeiro de 2005, a última frase do Prefeito João Verle foi: “Sr.
Prefeito, passo às suas mãos o caderno do Orçamento Participativo do ano que
vem para o senhor cumprir as obras”, e o Prefeito Fogaça disse a ele: “Pois
não, Prefeito, vou cumprir as obras de 2005, mas também as de 2004, 2003, 2002
e as de 2001”. Ou o Governo do PT não fez nenhuma obra fora do Orçamento
Participativo, Ver. Adeli? Ou o PT não fez nenhuma obra fora do Orçamento
Participativo? Fez e muitas, claro! Fez, todo mundo faz. E mais, Ver. Adeli: eu
não me surpreendo que o PT não queira aprovar o Orçamento, o PT não aprovou a
Constituição de 1988, mas agora faz festa para comemorar os 20 anos!
Então,
há incoerência entre o discurso e a prática, meus queridos amigos do PT, que eu
muito ajudei aqui como Vereador, muito votei a favor aqui para dar sustentação
ao Governo que estava no Paço Municipal. Ou não é verdade?
(Aparte
anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: É a
pura verdade, como diz a Verª Sofia Cavedon! Agora, Ver. Haroldo, essas
incoerências é que não podem haver. “Ah, não vamos aprovar o Orçamento porque
tem Emendas”. Quantos da base do Governo tiveram Emendas recusadas. Todos, pelo
menos uma, duas, três Emendas. O PT diz que faz oposição responsável, que faz
oposição de fiscalização, mas não aprovar o Orçamento é um desserviço à Cidade,
Ver. Adeli Sell. Podem não aprovar as Emendas, agora não aprovar a Peça
Orçamentária é um desserviço para a sociedade! Por quê? Hipoteticamente, se
esta Casa não aprova o Orçamento, fica o Orçamento do último ano. Todos nós não
queremos investimento para Porto Alegre? Queremos! O Orçamento tem defeitos?
Tem! Nenhuma Peça é perfeita.
Vossa
Excelência falou no esporte aqui, Ver. Adeli Sell. Vossa Excelência sabe qual é
o valor para o investimento no esporte durante o ano de 2009 em Porto Alegre?
Quanto V. Exª acha que é? Chute. Quanto?
(Aparte
anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Não.
É 165 mil reais. São 165 mil reais para investimento no esporte em 2009! O
esporte merece dez vezes mais do que isso, ou mais.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Ver.
Alceu Brasinha, é encaminhamento, não posso lhe conceder aparte.
Para
encerrar, Ver. Adeli Sell: nem o seu Governo fez todas as obras do Orçamento
Participativo. Então, isso não é desculpa para não votar. Os senhores ao não
votarem o Orçamento não vão votar a Emenda que esse povo veio aqui pedir que
votássemos. Vocês mesmo pediram que votássemos e vão votar contra! Incoerência.
Agradeço a atenção de todos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a
palavra para encaminhar a votação do PLE nº 050/08, com as Emendas já citadas.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; nobres colegas Vereadores, em nome do
Democratas quero objetivamente colocar a nossa posição, baseada naquilo que foi
prometido na Administração anterior pelo Prefeito Fogaça, que hoje encerra o seu
ciclo, nós estamos participando. E quero aproveitar este momento para
parabenizar o nosso Prefeito, que na campanha anterior afirmava que iria
colocar as contas da Prefeitura em dia sem aumentar impostos, sem aumentar
carga tributária. Inclusive, durante o seu mandato, nós diminuímos a carga
tributária. Isso não quer dizer que não arrecadamos mais. Busca-se o equilíbrio
de uma forma correta, como se está buscando, trazendo credibilidade novamente a
Porto Alegre, buscando novamente empréstimos internacionais. Então, damos um
voto de confiança, de louvor a este Projeto. O Democratas, Sr. Presidente,
encaminha favoravelmente o Projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, feitos os devidos encaminhamentos, eu coloco em votação nominal o
PLE nº 050/08, solicitada pelo Ver. Adeli Sell e outros, com as Emendas com
parecer favorável da CEFOR e não destacadas. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO, por 24 votos SIM e 07 votos NÃO.
Portanto, aprovado com a ressalva das Emendas destacadas.
Srs.
Vereadores e Sras Vereadores,
antes de colocarmos em votação as Emendas, vamos suspender a Sessão por cinco
minutos para que possamos, coletivamente, participar do lançamento do livro
“História do Bairro Cascata”, cujo autor é o Padre Antônio Domingos Lorenzatto;
o livro está sendo lançado aqui no Saguão do nosso Plenário Otávio Rocha.
Convido todos os Srs. Vereadores e Sras Vereadoras.
Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h35min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 17h05min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão.
Visualmente não há quorum. Registro as presenças
dos Vereadores Guilherme Barbosa, Carlos Todeschini, Luiz Braz, Adeli Sell e
outros. Quero dizer que amanhã começaremos a votação pelas Emendas destacadas e
não-votadas no Orçamento. Muito obrigado aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h06min.)
*
* * * *